Zico mantém postulação à Fifa e critica corrupção na entidade
O
ex-jogador de futebol Artur Antunes Coimbra, conhecido como Zico,
reafirmou nesse sábado (27) que é candidato à presidência da Federação
Internacional de Futebol (Fifa) e comentou a atitude do atual presidente
da entidade, Joseph Blatter, que declarou em entrevista a um jornal
suíço, na última quinta-feira (25), que não teria renunciado, deixando
em aberto uma possível volta ao cargo. Zico participou no Rio de
Janeiro, ao lado do ministro do Esporte, George Hilton, da cerimônia de
despedida da delegação brasileira que participará do Special Olympics,
nos Estados Unidos – competição para jovens com deficiências
intelectuais.
“Estamos na fase de aguardar o desenrolar dos fatos.
A gente já vê o presidente [Blatter] dizer que não falou – o que muita
gente colocou – e que não era bem aquilo que ele tinha dito. Acho que
todos esses fatos denegriram muito o futebol mundial, e a gente espera
que haja uma solução definitiva, para o bem do futebol. Não podemos ter
dirigentes importantes presos e denunciados, indiciados. Isso contamina.
A gente vê uma oportunidade ímpar para uma entidade importante passar a
ser democrática, passar a ter decisões que beneficiem o futebol, e não
pessoas”, comentou.
Zico disse que desde o dia em que anunciou sua
candidatura, em 10 de junho, vem recebendo apoio. Para se candidatar à
Fifa, ele precisa de um mínimo de cinco federações nacionais lhe
apoiando. Ele conta com a do Japão, país onde ajudou a popularizar o
futebol, e vai à Índia, em busca de voto.
“Tivemos uma aceitação
muito grande de todos os lugares, nacional ou internacional, e eu fiquei
muito feliz com isso. Agora, já começamos a trabalhar, independente do
que vai acontecer ou não. Vamos montar um programa. Estou me reunindo
com pessoas importantes, que têm conhecimento de diversas áreas do
futebol. [A candidatura] está de pé. Dei minha palavra, botei minha
cara. Estou esperando o desenrolar dos fatos. Vou enviar o meu programa,
com a plataforma, para todas as federações do mundo”, enfatizou.
Em
relação a Michel Platini, ex-jogador francês e atual presidente da
União das Federações Europeias de Futebol (Uefa), cotado como possível
candidato à Fifa, Zico disse que ele não teria demonstrado interesse em
participar da eleição. “Ele está em dúvida. Acho que é bem possível que
continue na Uefa, pois está muito bem lá. Uma parte dos europeus quer
que ele se candidate, mas não vi ele muito empolgado à Fifa, não”,
acrescentou.
Zico é um dos embaixadores da Special Olympics, que
este ano ocorre na cidade norte-americana de Los Angeles, de 25 de julho
a 2 de agosto. A delegação brasileira tem 39 atletas, todos com algum
tipo de deficiência intelectual. “[A competição] é um evento de inclusão
social. São atletas especiais que nos ensinam muito mais do que nós
podemos oferecer a eles. O Ministério do Esporte tem hoje um foco nisso.
Temos uma política arrojada para o alto rendimento, mas sem perder de
vista o esporte de inclusão”, disse o ministro George Hilton.
Um
dos atletas do Brasil no Special Olympics é o carioca Breno Viola,
judoca do Clube de Regatas Flamengo. Ele destacou que sua meta é trazer
medalhas e que “o judô não vai fazer feio”. “Tenho síndrome de Down e o
ritmo no esporte é lento, mas com o tempo a gente vai conseguindo”,
disse ele. “O esporte traz coisas na vida como determinação, disciplina e
amor pelo que a gente faz. A gente tem que realizar o nosso próprio
sonho, e eu só paro com o judô quando minhas pernas não aguentarem”,
acrescentou.
Agência Brasil
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