Encomenda: Mulher pagou R$ 15 mil por morte de coronel do Exército, diz polícia
Suspeito de atirar é filho de ex-empregada que deixou cadeia 2 dias antes. Mulher do militar nega ter encomendado crime; casal estava se separando.

Cristiana foi presa no sábado e nega a acusação. Horas após o crime,
ocorrido na noite de sexta-feira (15), ela postou mensagens em uma rede
social se dizendo de luto.
De acordo com o delegado Leandro Ritt, a irmã da professora combinou
com o rapaz, que cooptou outras três pessoas suspeitas de envolvimento
no crime.
Separação
O casal tem uma filha de 13 anos e, de acordo com as investigações, estava se separando.
"A cunhada não confessou que planejou a execução, mas disse que a
ideia era dar um tiro na perna, para que, machucado, ele tivesse de
voltar para casa e reatar o casamento", afirmou Ritt.
A investigação apontou ainda que o autor do disparo havia sido solto
do presídio há dois dias. Uma das suspeitas de envolvimento no crime
contou à polícia ter notado um comportamento estranho da mulher na
abordagem.
Além disso, a arma usada no crime estava municiada com apenas dois
dos seis cartuchos possíveis. Como o tambor girava no sentido
anti-horário, diferentemente do esperado pelos criminosos, foram
necessárias quatro tentativas para que o homem fosse atingido, disse o
delegado.
Pensão
O diretor-geral da Polícia Civil, Eric Seba, afirmou que a suspeita é de
que Cristiana tenha ficado insatisfeita com a pensão alimentícia que
receberia após a separação – R$ 2 mil – e planejou o crime, junto com a
irmã, para receber a pensão por morte do militar, de R$ 10 mil. A
hipótese de latrocínio foi descartada.
Oito pessoas foram presas por envolvimento com o crime: a viúva e a
irmã dela, os três homens e a mulher suspeitos de tê-lo abordado e
executado e os dois jovens que foram flagrados em uma festa, horas
depois da execução, com o carro dele.
Um dos rapazes já havia sido detido há 15 dias por suspeita de roubo a
comércio, mas foi liberado da delegacia porque a vítima não quis
registrar ocorrência.
O corpo do coronel foi encontrado pela Polícia Militar às 3h de
sábado (16) com um tiro na nuca no Núcleo Rural Aguilhada, em São
Sebastião, região administrativa a 26 km de distância do local da
abordagem. Um major do Exército acompanhou a equipe e reconheceu a
vítima. A Polícia Civil apreendeu no domingo a arma usada no crime, um
revólver calibre 38.
Em nota, o Exército informou que transportaria o corpo ainda no
sábado para o Rio de Janeiro, onde foi sepultado. A corporação disse,
ainda, que está prestado "todo o apoio à família do militar e cooperando
com as investigações das polícias Civil e Militar do Distrito Federal".
Entenda o caso
A hipótese inicial da polícia era de sequestro seguido de homicídio. O
coronel e a mulher dele foram abordados na noite de sexta por quatro
pessoas quando chegavam de carro a um prédio da 208 Norte. A mulher foi
deixada no local, mas os criminosos mantiveram o coronel refém dentro do
automóvel.
A equipe da PM achou o carro da vítima ao lado de uma casa, onde
havia uma festa. Os policias esperaram a dupla deixar a comemoração para
deter os suspeitos. Um adolescente de 17 anos e um adulto suspeitos de
envolvimento no crime foram detidos pouco depois. Eles foram autuados
por receptação.
G1
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