domingo, 12 de abril de 2015

Educação em debate


Os professores da rede municipal da cidade de Tavares, no Sertão da Paraíba, debateram com vereadores e assessores da prefeitura, o Projeto de Lei nº 002/2015, de autoria do Executivo, que reajusta os vencimentos dos docentes em atendimento a Lei Federal nº 11.738/2008, e altera a redação do Art. 50 e seu Parágrafo único, bem como o Parágrafo único do Art. 58, e os Anexos I, II e III, todos da Lei Municipal nº 626/2010, de 07 de janeiro de 2010.

A discussão que se transformou em ataques ao atual governo, com poucas propostas apresentadas, inclusive pelos professores, aconteceu na manhã da última sexta-feira (10/04), em Audiência Pública realizada no auditório do Poder Legislativo.

Os trabalhos foram conduzidos pelo presidente da Casa, Édson Cordeiro (foto), que abriu o evento saudando os presentes e fazendo a composição da mesa, formada pelos vereadores Adailton Dantas, Maria das Graças, Antônio Cândido e Josué Rosa; além membra da comissão do Sindicato, Selma Moreno, e dos assessores da prefeitura; Sebastião César (contador), Manoel Arnobio (procurador jurídico) e Neydinha Oliveira (administração).
Em clima tenso, o debate começou... O contador da prefeitura, Sebastião César, relatou as dificuldades enfrentadas pelo Fundeb. Segundo ele, o único ano que o Fundeb teve suporte financeiro com relação a despesas foi no ano de 2010, onde o aumento da receita foi maior que as despesas.
“De lá pra cá, a confederação nacional dos trabalhadores em educação vem batalhando pelo um Projeto de Lei para alterar o percentual de reajuste. Teve ano aí, que o Fundeb teve um aumento no Piso de 22%, enquanto a receita houve um aumento de 13%. Então, foi diante dessas diferenças e dessas divergências proporcionais, que a gente chegou onde está”, disse Sebastião, completando: “A gente sabe que é difícil, é difícil. Jamais o prefeito queria tá nessa situação de ter que tomar atitudes responsáveis de reajustar salários de profissionais. Mas entre reajustar e atrasar pagamento, é preferido ajustar e está dentro do valor que possa se pagar”, finalizou.

Já a representante da comissão no Sindicato, Selma Moreno, antes de entrar no foco da audiência, iniciou sua fala questionando a atual gestão sobre o Fundeb. Selma disse que acompanhou todas as avaliações referentes aos pagamentos dos servidores de janeiro de 2014 a janeiro de 2015, afirmando que inconsistências foram detectadas junto à folha, que segundo ela, inclusive pagamento de merenda escolar foi efetuado com o Fundeb e outros pagamentos que não deveriam, como excesso também de contratados.

“A gente sabe que 2014 foi um ano eleitoreiro. E outro excesso de pessoas nas escolas, tanto contratadas como prestadores de serviço, como também como professores. Então, se não pode pagar uma folha do mês de fevereiro em março que tá praticamente quase retirados todos esses excessos, e justifica nao poder pagar, por que pôde pagar durante todo o ano de 2014 tanto excessos que somados deu mais ou menos o valor de uma folha hoje que se encontra mais ou menos em um valor estimável aproximadamente quatrocentos e poucos mil reais?”.
Sobre o projeto, Selma fez uma solicitação em nome da categoria para os vereadores anexar através de emenda os dizeres descritos que contém na mensagem que está anexa ao Projeto de Lei 002/2015, que diz: “Registre-se, ainda, que o presente projeto de lei preserva o percentual de progressão funcional em 20% a todos os professores, atendidos os requisitos legais, conforme Anexos Demonstrativos I, II e III acostados. Portanto, os reflexos das progressões de 10%, só produzirão seus efeitos para as concessões futuras”.
Ainda representando o executivo, o procurador jurídico, Manoel Anorbio, fez uma explanação sobre o Projeto, frisando que o Artigo III garante que os percentuais concebidos as ascensões legalmente conferidas até a presente data da forma do artigo anterior, permanecerão inalterados. “Então, onde é que isso aqui tá tirando direito? Tá dizendo que quem teve sua concessão feita até agora, é assegurada 20...40%. O Projeto vale daqui pra frente, em relação aos percentuais”, explicou Anorbio.
Vereadora Maria das Graças ao lado dos parlamentares Adailton Dantas e Antônio Cândido
Após mais de duas horas de debate, o presidente da Casa, Édson Cordeiro, encerrou a audiência, ficando decidido que o Sindicato vai entregar um relatório à Câmara, com prazo até a próxima segunda-feira (13), para que o presidente tenha conhecimento do documento.
A Sessão para votação do Projeto está marcada para terça-feira, às 9h, mas o vereador Antônio Cândido garantiu, em conversa com o blog, que vai lutar para que a votação seja adiada.
“O adiamento da votação será para que o projeto seja devolvido e adequado ao relatório com as necessidades do Fundeb. Tirar o que tem que tirar e implantar o que tem que implantar”, disse o parlamentar.
Blog do Aryel Aquino

Nenhum comentário:

Postar um comentário