Deputado vê “digitais do Governo” na lista de Janot para atingir o Congresso
“Essas
digitais do Governo (Dilma) são visíveis. Não dá para não perceber
isso.” Foi o que afirmou o deputado Manuel Júnior, vice-líder do PMDB na
Câmara, ao jornal Estadão, sobre a divulgação da lista do procurador
Rodrigo Janot, envolvendo o presidente da Casa, deputado Eduardo Cunha, e
mais 33 deputados federais.
“O Governo, para sair do olho do
furacão, está jogando tudo para o Congresso. Ninguém vai aceitar isso”,
reverberou outro vice-líder do PMDB, deputado Lúcio Vieira Neto (BA),
arrematando: “Os indícios de uma estratégia do governo são muito claros.
O Congresso está identificando isso. Ninguém está satisfeito. A
tendência é o Congresso demonstrar ao Planalto, à presidente, que essa
estratégia de tentar colocar todo mundo na vala comum, não está dando
certo”.
Um contingente expressivo de parlamentares acusa o Governo
de tentar transferir para o Congresso a crise política provocada pela
Operação Lava Jato, entre eles o presidente da Câmara, Eduardo Cunha,
que integra a lista de Janot, suspeito de receber do esquema. Cunha se
defende acusando o Governo de interferir diretamente na lista
encaminhada por Janot ao Supremo Tribunal Federal.
Resultado:
tanto os deputados aliados, quanto majoritariamente os parlamentares de
oposições projetam uma temporada de derrotas para a presidente Dilma, já
a partir desta semana no Congresso. Semana em temperatura máxima,
quando serão apreciados os vetos presidenciais e projetos polêmicos,
como a política de reajuste do salário mínimo.
Helder Moura
