Presos 'ostentam' churrasco, bebidas e esteira em penitenciária de Salvador
Ruan Melo
Do G1 BA![]() |
Presos fazem churrasco dentro de penitenciária na Bahia (Foto: Sinspeb/Divulgação)
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Presos da Penitenciária Lemos Brito, situada no Complexo Penitenciário
da Mata Escura, em Salvador, foram flagrados "ostentando" churrasco,
bebidas, armas, suplementos alimentares e até uma esteira ergométrica
dentro da unidade.
Segundo o Sindicato dos Servidores Penitenciários da Bahia (Sinspeb), as
fotografias com a "farra" foram encontradas nos celulares dos presos
apreendidos entre o final de 2014 e início deste ano.
Em entrevista ao G1,
o major Júlio César, superintendente de Gestão Prisional informou que a
situação demonstrada nas fotografias não ocorre mais entre os presos.
"Essa situação já tinha sido notificada no ano passado. Chegou através
do sindicato e a admnistração passou a adotar uma série de providências.
Foi aberto um procedimento disciplinar, presos identifficados nas
fotografias foram transferidos e há uma investigação em curso para
apurar possível facilitação por parte de servidores que atuam dentro da
unidade", afirmou o major.
Júlio César ressalta que fiscalizações são realizadas periodicamente na
unidade pelo Ministério Público e pelo Poder Judiciário, além de
revistas feitas nas celas. "No mínimo, uma mês por mês. Sempre é
encontrado material proibido e ilícito. Os presos sempre dão um jeito de
conseguir colocar isso dentro das unidades. Facas artesanais,
celulares", apontou.
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Presos ostentam churrasco, armas e bicicleta em penitenciária (Foto: Sinspeb/Divulgação)
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Em novembro de 2014, uma outra denúncia do Sinspeb apontou a realização de prostituição dentro da penitenciária. Na época, a Seap informou que não foi informada sobre o caso formalmente.
“Eles tiram essas fotos e elas ficam circulando entre eles. Ficam se
gabando entre os módulos. É um absurdo. Não há controle, não há sistema
integrado para impedir isso”, critica Geonias Santos, coordenador do
Sinspeb.
De acordo com o Ministério Público, um inquérito civil foi aberto para
apurar as condições de funcionamento da penitenciária. "Isso é fruto da
falta de estrutura da penitenciária e de segurança. Até hoje não existe
muralha, não existe cerca. A portaria é precária, as revistas deixaram
de ser íntimas porque ofendem a dignidade da pessoa humana.
Infelizmente, não houve a substuição dessa revista por equipamentos que
sejam eficazes. Você tem uma falta de policiamento na guarda e, segundo o
que a gente apurou, somente 30% das guaritas estão efetivamente
cobertas", disse o promotor Edmundo Reis.


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