Barril de pólvora: o perigoso confronto das manifestações de Governo e oposição
O
Brasil vive uma de suas piores crises políticas, e preocupa a iminência
da conflagração de um perigoso embate entre o Governo Federal (PT
incluso) e as forças de oposição, cada vez mais revoltadas. Temos
convocadas para a próxima semana duas manifestações nacionais, que se
confrontam em torno do Governo Dilma.
Dia 13, a manifestação
anunciada pelo ex-presidente Lula, que anuncia a defesa da Petrobrás,
mas que, na verdade, é apenas um pretexto para ancorar o Governo Dilma
contra o tsunami que se formou no País, desde o placar apertado das
últimas eleições e, especialmente, o pacote de aumentos, anunciados pela
presidente este ano.
Dia 15, a manifestação convocada pelas
forças de oposição, que defendem abertamente o impeachment da presidente
Dilma, ainda que não haja um fato determinante para iniciar um processo
de cassação. A oposição se alimenta do combustível de ódio dos
escândalos envolvendo petistas (e aliados) e, agora, com o óleo fervente
dos reajustes de impostos, combustíveis, energia e supressão de
conquistas trabalhistas.
O Brasil está dividido. Há um cheiro de
pólvora no ar. O Governo, o PT e aliados sabem que setores expressivos
da sociedade adquiriram um ódio irreversível contra o seu modelo. A
oposição pressentiu que, pela primeira vez em 12 anos de Governo
petista, há um apoio de setores da sociedade capaz de dar empuxo a um
movimento continental. São dois exércitos que se testam.
Se no dia
13, o Governo mostrar a força das ruas que espera ter, conseguirá uma
sobrevida para as turbulências que estão pela frente. Mas, se no dia 15,
a oposição exibir uma musculatura tamanho família, a presidente Dilma
deve se preparar para o pior. O risco nos dois casos, é o confronto
resvalar para a violência nas ruas.
Helder Moura
