Na década de 60, o Brasil sofreu uma revolução radical
em sua trajetória política que marcou profundamente a vida do
país. O Dia 31 de Março de 1964 é o
ícone dessa revolução que, capitaneada pelas Forças
Armadas, depôs o Presidente da República e assumiu o governo
pelos 21 anos que se seguiram.
Cenário para o golpe
No ano de 1961, com a renúncia do presidente Jânio Quadros,
havia assumido o governo do Brasil o vice João Goulart, o Jango.
Naquela altura, ministros militares já não aceitaram a posse
de Jango, um político que descendia diretamente do getulismo, mais
próximo de movimentos populares e sindicalistas emergentes àquela
época. Houve ali uma negociação política entre
Congresso, cúpula militar e tropas legalistas, possibilitando a posse
(Jango ficaria no poder de 1961 até 64).
Um movimento chamado antipopulista uniu o descontentamento das Forças
Armadas e o apoio de alguns de nossos governos civis, reagindo abertamente
contra medidas consideradas de caráter nacionalista anunciadas pelo
presidente Jango. Entre estas medidas, as chamadas "reformas de base":
reforma administrativa, fiscal, agrária, bancária.
Militares assumem o poder
No dia 31 de Março de 64, Jango foi deposto e Ranieri Mazzili, o presidente
da Câmara dos Deputados, assumiu a presidência, no dia seguinte,
1º de abril de 64.
Líderes civis como Ulisses Guimarães e Amaral Peixoto (do Partido
Democrático Social, PDS), Bilac Pinto e Pedro Aleixo (da União
Democrática Nacional, UDN) protagonizaram, da parte do Congresso, tentativas
de dar direção política àquela situação.
Porém, à frente de fato do governo estava uma Junta Militar:
general Costa e Silva (Exército), brigadeiro Correia de Melo (Aeronáutica)
e vice-almirante Rademaker (Marinha).
Vários mandatos parlamentares foram cassados e, 15 dias depois, assumiu
a presidência, através do Ato Institucional nº1, o primeiro
dos presidentes militares, Humberto de Alencar Castelo Branco.
Período de movimentos radicais
A década de 60 iniciou um período de grandes modificações
na economia do Brasil: de modernização da indústria e
dos serviços, de concentração de renda, de abertura ao
capital estrangeiro e de endividamento externo.
Os movimentos políticos e sociais dessa época foram intensos
e radicais, exemplificados pela presença da censura, pela perseguição
a líderes políticos, prisão e tortura (com muitos desaparecidos),
pelo terrorismo e pelas guerrilhas.
Governos se sucederam durante a Ditadura Militar
Nesse longo período da nossa história, do chamado Regime Militar,
o Brasil teve vários presidentes que governaram através de atos
institucionais e complementares: governo Castelo Branco (1964 a 67), governo
Costa e Silva (1967 a 69), Junta Militar (de agosto a outubro de 1969), governo
Médici (1969 a 74), governo Geisel (1974 a 79), governo Figueiredo
(1979 a 85, quando começou a transição de volta à
democracia).
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
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