Sexting: Troca de imagens sensuais é cilada na web
A
cena é real e aconteceu em um colégio particular da Região
Metropolitana do Recife (RMR). Um professor de ensino médio pede a um
aluno de 15 anos, via mensagem de WhatsApp, as fotos de uma colega de
classe nua. O assunto vaza na escola e o profissional termina demitido. O
sexting, prática onde adolescentes usam celulares e outros aparelhos
eletrônicos para enviar fotos do corpo nu ou seminu, também pode
resultar em prisão e em sofrimento psicológico na pessoa exposta.
O psicólogo Carlos Brito,
professor da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), explica que,
até a década de 1990, o adolescente se exibia mais pela opinião
política, pelo modo de se vestir, pelo gosto musical. “Hoje, por trás
dessa construção do adolescente, há a exploração do visual - que começou
no Orkut e hoje está no Facebook e WhatsApp.
Por isso essa cobrança da
exposição pública do ser humano. O corpo termina entrando como elemento
narcísico para se tornar conhecido. É algo que precisa ser investigado.
É característica do adolescente querer ser aceito, mas hoje ele usa a
exposição do corpo para tal, quando antes não era assim. É a cultura do
público, que também atinge os adultos”, analisa.
A ONG Safernet alerta que
o sexting pode parecer uma brincadeira inocente, mas, uma vez online,
as pessoas perdem o controle da foto ou do texto publicado, já que
qualquer um pode manipular as imagens e usá-las contra as vítimas. É
importante que o adolescente nunca se deixe levar por pressões para
produzir ou publicar imagens sensuais e procure adultos de confiança
para tirar dúvidas.
O sexting está
classificado como uma forma de pornografia infantil e pode resultar em
prisão. A pessoa que faz a divulgação do conteúdo, se for menor de
idade, pode ser punida com medida socioeducativa. No caso de ser maior
de 18 anos, pode receber pena de prisão de três a seis anos, mais multa.
Manter a imagem, mesmo sem compartilhá-la, resulta em pena de um a quatro anos de prisão.
12 dicas para não ser mais uma vítima:
Jamais se deixe levar por pressões para produzir ou publicar imagens sensuais;
Tudo o que fazemos online tem consequências também fora da Internet. Pense muito bem antes de publicar;
Quando tiver dúvidas em
relação aos comportamentos sexuais, procure conversar com seus pais e
amigos(as) de confiança antes de se expor pela internet;
Não há nada de errado em
falar e discutir sobre sexualidade. O erro é não se proteger e não se
informar sobre como manter relações saudáveis;
Pais e educadores: Saiba
que vocês não precisam ser experts em tecnologia, basta transpor a
cidadania também para este novo ciber-espaço público;
Proteja seus direitos sexuais e não facilite agressões;
Pais: dialoguem com seus
filhos. Os valores e limites de sua família precisam ser discutidos
também em relação aos comportamentos online;
Infelizmente não são apenas nossos amigos que podem ter acesso ao que divulgamos online;
Uma vez online, perdemos completamente o controle da foto ou texto que publicamos;
Atuais e futuros colegas
de escola e de trabalho, parentes, inimigos, estranhos e até criminosos
podem ver, copiar e manipular o que você divulga na internet;
Pode parecer uma brincadeira inocente, mas expor imagens de forma sensual coloca nossa privacidade em risco;
Diário de PE
Nenhum comentário:
Postar um comentário