Conselho de amigo
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Heron Cid |
A posição interna do ex-presidente Lula é sábia. Somente o
reconhecimento e admissibilidade dos erros de condução podem livrar sua
sucessora e presidente Dilma do crescente movimento de descrédito,
insatisfação e revolta de parcela significativa da população brasileira
contra o seu governo ou desgoverno, para alguns.
Enquanto Dilma e setores do PT continuarem fazendo cara de paisagem,
como se nada tivessem com o emaranhado de desvios constatados na
Petrobrás para irrigar o projeto de poder do partido, dificilmente a
sangria em torno de sua gestão estancará. A tendência, pelo contrário, é
de hemorragia.
A tentativa de atribuir as descobertas dos desmandos à ‘autonomia’
concedida por este governo à PF e Ministério Público só aplaca as mentes
e corações de militantes apaixonados pela causa petista. Não dá pra
levar a sério reduzir o avanço das instituições do País a mérito
justamente de quem é pego com a mão na botija.
Desviar-se do enfrentamento do debate simplificando uma questão tão
séria, complexa e vergonhosa à exumação dos podres do PSDB, também não
vale muito. O Brasil está muito acima dessa polarização histérica de PT e
PSDB e repudia a corrupção do passado e a roubalheira do presente. Cada
qual no seu quadrado.
Insuflar e estimular essa débil divisão do Brasil entre bem e mal em
nada ajuda a recuperação da presidente. Desde o saldo da eleição, o País
já está rachado. Continuar aprofundando essa trinca, pouco contribuirá
com a cicatrização da ferida aberta. Mais do que nunca, o Brasil precisa
de um grande esforço de união nacional.
E um bom passo na virada dessa página começaria com um gesto de
humildade para assumir as falhas e omissões e uma dose de franqueza para
cortar na carne dos malfeitores do seu próprio partido, aqueles que
agiram para vitaminar a estratégia financeira que colaborou na
reeleição.
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