7,2 milhões passaram fome no Brasil em 2013, diz levantamento
Pesquisa abrangeu 65,3 milhões de domicílios do país
Dados do suplemento da Pesquisa
Nacional de Amostras de Domicílios (Pnad) 2013 sobre Segurança Alimentar
apontam que 7,2 milhões de brasileiros enfrentaram no ano passado
situação grave de privação de alimentos, incluindo experiência de fome.
O total é 35,7% menor que o registrado em 2009, quando foi realizada a
última Pnad pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e
constatou 11,2 milhões de pessoas nesta situação.
As informações foram divulgadas nesta quinta-feira (18).
A pesquisa, que abrangeu 65,3 milhões de domicílios do país, foi feita
em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome.
De acordo com o estudo, 50,5 milhões de domicílios (77,4%) estavam em
situação de segurança alimentar em 2013. Nessas moradias havia 149,4
milhões de pessoas, equivalente a 72,2% da população residente em
habitações particulares.
Nos 14,7 milhões de domicílios restantes (22,6%), onde viviam 52 milhões
de pessoas, o IBGE encontrou algum grau de insegurança alimentar, ou
seja, ausência de alimentos suficientes para os moradores ou preocupação
com a possibilidade de que faltassem recursos.
A população atingida é 20% menor em relação à Pnad de 2009. Na época, a
pesquisa havia constatado algum tipo de déficit alimentar em 17,7
milhões de domicílios particulares, onde moravam 65,5 milhões de
pessoas.
Níveis de restrição alimentar
De acordo com a Pnad 2013, a situação de insegurança alimentar leve foi
registrada em 14,8% dos domicílios pesquisados, totalizando 9,6 milhões
de moradias, onde viviam 34,5 milhões de pessoas. Habitações
particulares com moradores vivendo insegurança alimentar moderada
representavam uma proporção de 4,6% do montante analisado, equivalente a
3 milhões de domicílios, atingindo 10,3 milhões de brasileiros.
Já 3,2% dos domicílios analisados pelo IBGE se enquadraram no caso de
insegurança alimentar grave, proporção que representava 2,1 milhões de
moradias, onde viviam 7,2 milhões de pessoas.
Em 2009, o percentual de domicílios particulares em insegurança
alimentar leve, moderada e grave eram, respectivamente, 18,7%, 6,5% e
5,0%. Em 2004, as proporções eram, respectivamente, 18,0%, 9,9% e 6,9%.
Segundo o instituto, 14,3 milhões de pessoas com 10 anos ou mais idade
moravam em domicílios com insegurança alimentar moderada ou grave. Desse
total, 54,7% trabalhavam, sendo que 31,5% atuavam em atividades
agrícolas.
Situação mais crítica no Nordeste
Das cinco regiões do país, o Nordeste foi a que apresentou a maior taxa
de domicílios em situação de insegurança alimentar. De acordo com a
pesquisa feita pelo IBGE, 38,1% das moradias nordestinas entrevistadas
apresentaram algum tipo de restrição alimentar.
Norte vem em seguida, com 36,1%. Centro-Oeste registrou 18,2%, Sul, 14,9% e o Sudeste a menor taxa, 14,5%.
Nas regiões Norte e Nordeste, as proporções de domicílios onde algum
morador passou pela experiência de fome foram 6,7% e 5,6%,
respectivamente. Nas regiões Sudeste e Sul, o índice foi de 1,9%,
enquanto na Centro-Oeste, a taxa era de 2,3%.
Ao considerar os dados por estado, o Maranhão foi o que registrou a
menor prevalência de segurança alimentar (39,1%), seguido do Piauí
(44,4%). Espírito Santo, que registrou a maior taxa de segurança
alimentar, registrou 89,6%, seguido de Santa Catarina (88,9%) e São
Paulo (88,4%).
Área rural é mais atingida por restrição alimentar
Moradores de áreas rurais do país foram os mais atingidos pelo déficit
alimentar no ano passado, de acordo com a Pnad. Enquanto 20,5% dos
domicílios na área urbana tinham moradores em situação de insegurança
alimentar, na área rural a proporção era de 35,3%.
O levantamento utiliza a classificação da Escala Brasileira de
Insegurança Alimentar (EBIA) e considera o período de referência dos
três últimos meses anteriores à data da entrevista.
G1
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