ONG critica Tailândia por enviar presos para trabalho na pesca
Mais de 2.800 presos podem optar por essa forma de cumprimento de parte da pena
A organização não governamental
(ONG) Human Rights Watch pediu ao governo tailandês que cancele o plano
que envia presos comuns para trabalhar em barcos de pesca. O pedido da
ONG visa a mitigar o tráfico humano no setor pesqueiro do país.
Cento e setenta e seis presos com condenações de um ano começam a
trabalhar nas próximas semanas em navios na província de Samut Sakhon,
sudoeste de Bangcoc, explicou o ministro do Trabalho, Surasak
Kanchanrat, há uma semana.
Segundo os dados oficiais, até 2.830 presos poderiam optar por essa forma de cumprimento de parte da pena.
Vários ativistas e organizações de defesa dos direitos humanos acusam a
indústria pesqueira tailandesa de abusos aos seus trabalhadores e de
recorrerem às máfias de tráfico de pessoas para forçar os indivíduos a
trabalhar.
“É uma perigosa irresponsabilidade da parte do Ministério do Trabalho
conduzir os prisioneiros a trabalhar a bordo da abusiva frota pesqueira
tailandesa. O ministério não sabe sequer inspecionar as embarcações e
muito menos prevenir os abusos da parte da tripulação contra os presos”,
disse, em comunicado, Brad Adamns, diretor da Human Rights Watch.
A dificuldade do trabalho e o baixo salário dos empregados tailandeses
na indústria pesqueira fizeram com que o setor careça de mão de obra.
A Tailândia é o terceiro exportador mundial de marisco e um dos maiores abastecedores dos mercados europeu e norte-americano.
Milhares de imigrantes ilegais, a maioria oriunda de Mianmar e do
Camboja, são empregados na Tailândia no processamento de pescado e
marisco e em outros setores como a construção ou agricultura, onde ficam
expostos a abusos e exploração.
Agência Brasil
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