Mãe perde o segundo filho em assalto e se desespera
Irmão da vítima foi assassinado da mesma forma há cerca de sete anos
“Outro filho assassinado, não!”,
gritava Margareth. A dor é a de quem tem a história da família escrita
com sangue. A tragédia mais recente em sua vida foi a morte de João
Gabriel Macedo, de 29 anos. O engenheiro foi atingido por três tiros no
peito pelos bandidos que levaram seu carro na Rua Ribeiro de Almeida,
no Barreto, em Niterói, às 10h, desta quinta-feira. Há cerca de sete
anos, Margareth passou pelo mesmo drama: seu filho Guilherme foi
assassinado em situação semelhante.
A mãe da vítima ficou desesperada ao chegar à rua e encontrar o filho
morto. Margareth desmaiou e foi amparada por amigos de João Gabriel.
— Já perdi um filho assim... Meu Gabriel, não! Não acredito em mais nada — dizia ao ser consolada.
A vítima tinha ido ao Barreto entregar material para uma obra no centro
kardecista que frequentava há cerca de dez anos. Ele ajudava na reforma
trabalhando voluntariamente como o engenheiro responsável. Os tiros
deixaram marcas no muro do templo. Muitos amigos foram até o local e
choraram ao lado do corpo.
— Ele era um doce de pessoa. Pelo jeito de ser, acho impossível que
tenha reagido ao assalto — lamentou uma amiga de João Gabriel, sem
querer se identificar.
Uma testemunha disse que viu o carro da vítima saindo em direção à Rua
Doutor March. Outra pessoa afirmou ter ouvido os disparos logo após dois
homens a pé passarem por ela.
— Eu estava em casa quando ouvi um barulho, depois outro e mais outro.
No primeiro, pensei que fosse um pedaço de madeira caindo da obra. Em
seguida, achei estranho e saí para checar. Fiquei desesperada ao ver um
homem caído na calçada — contou uma moradora.
A Divisão de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí investiga o crime como roubo seguido de morte.
Índice de roubo de carros sobe 97%
A sensação de insegurança dos moradores de Niterói piora a cada ano. E
com razão. Segundo dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), os
índices que mais aumentaram nos últimos quatro anos são os roubos de
veículos e a pedestres: 97% e 40%, respectivamente.
Um morador da Rua Ribeiro de Almeida, onde aconteceu o assassinato,
conta que já viu três carros serem levados na mesma noite. Em uma das
ocasiões, havia crianças no veículo. Elas foram retiradas às pressas
pelos parentes.
— Estamos vulneráveis aqui. Essa rua e a Doutor March têm uma iluminação
muito ruim — conta uma moradora, que não quis se identificar.
Em setembro, um bandido morreu depois de um assalto em Várzea das Moças,
em Niterói. Assim que pegou o Celta de uma vítima, ele e um comparsa se
depararam com uma viatura da Polícia Militar. Houve perseguição e,
durante a fuga, a dupla bateu em uma moto, ferindo duas pessoas. Na
troca de tiros com os policiais, um dos ladrões foi atingido e morreu no
local.
Extra
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