De volta ao Passado!

RELÍQUIA: DESSE TIME RESTAM APENAS SETE JOGADORES VIVOS; OS OUTROS DEUS JÁ OS CONVIDOU PARA O ANDAR DE CIMA!

Em pé: Rinaldo, João Pessoa, Geraldo Cirilo, Miguel de Tonha, Toinho Prudente, Zezinho Eufrásio, Juquinha e Luiz Nunes.
Agachados: João Vanildo, Miguel Vital, Geraldo Luiz, Toinho Furtado e Lacerda

Nessa época, valia a pena sair de casa para ir ao campo de futebol torcer pelo time da cidade. Pois, muito mais do que um entretenimento dos dias de domingo, torcer pelo time de casa era uma paixão que envolvia crianças, jovens e adultos, de ambos os sexos. Em dia de partida de futebol as ruas ficavam lotadas e a animação era uma só.

Não havia estádio naqueles tempos idos e muito menos as facilidades e os incentivos que as equipes de futebol têm nos dias de hoje, porém os jogadores davam o máximo do seu suor em campo para fazer a alegria da torcida.

Desses personagens da foto acima - da qual faço parte -, apenas sete estão aí para contar a história dos bons tempos do futebol. Os outros seis Deus já os tirou do nosso convívio e, certamente, ansiosos eles devem estar à nossa espera para 'uma pelada' lá no andar de cima quando o time estiver completo com a nossa chegada.

Eis os nomes dos que já se foram:

+ Rinaldo: o melhor centroavante de todos os tempos da região. Era um tavarense que recusava tentadoras propostas de pagamento para jogar nas melhores equipes de Princesa Isabel e Patos, preferia defender gratuitamente o time de Juru.

+ Miguel de Tonha: natural de Araruna - PB, era o nosso 'Garrincha juruense'. Foi ele quem inventou o "drible" na nossa região.

+ Toinho Prudente: só não jogava melhor porque se preocupava mais com o penteado do seu cabelo do que com a bola.

+ Juquinha: conhecido por "priquitinho", era um ponteiro muito habilidoso que dava um trabalho danado aos zagueiros.

+ Luiz Nunes: com maestria, jogava no meio de campo. Era um professor da bola. 

+ Lacerda: o nosso "cabo Lacerda" se destacava apenas por uma jogada por ele inventada chamada 'chaleira' que não tinha finalidade alguma.

E, pra não dizer que não falei dos que (ainda) estão vivos, vamos lá aos demais:

* João Pessoa: só tinha tamanho e fazia muita zoada em campo, nada mais. Hoje, está paraplégico na casa do seu irmão Paulo Pessoa depois de mais de trinta anos de aventura pelas terras baianas.

* Geraldo Cirilo: ainda não apareceu zagueiro até hoje pra jogar com elegância, firmeza e determinação como ele.  

* Zezinho Eufrásio: eu não entendo porque ele fazia parte desse time.

* João Vanildo: como jogador era um bom cantor e compositor. Aliás, eu acho que deram a camisa a ele somente pra tirar a foto nesse dia.

* Miguel Vital: era um goleiro bom nas bolas altas, já nas bolas rasteiras ele tinha medo de pelar os joelhos e quando a bola passava era que ele se abaixava.

* Toinho Furtado: de porte esquelético, era um excelente ponteiro esquerdo - muito melhor do que árbitro, profissão que escolheu quando deixou de jogar.

Sim, ainda tem eu! Pra falar sobre minha pessoa como jogador, eu vou deixar essa análise para ser feita pelos pernas-de-pau que citei como maltratadores da bola nesse texto, pois certamente receberei muitos 'elogios'.