Cássio: agora a decisão é no voto
Em julho de 2012, no exato dia 7 daquele mês, um silêncio tomou conta da
Paraiba a partir da família Cunha Lima com o anúncio de morte do poeta e
ex-governador Ronaldo Cunha Lima. Naquele sábado chuvoso milhares de
parentes e amigos foram dar adeus na Pirâmide do Parque do Povo, sob o
som musical profundo e permanente de "Ribalta", de Chaplin, à quem em
vida foi abrigo de muitos lamentos, parte deles do sofrimento vivido
como desdobramento da opção que ele e seu filho, Cássio, haviam feito na
disputada eleição de 2010.
Antes de ir embora, o mesmo
apartamento em Tambaú serviu de ombro para prantos e lamentos pela forma
com que havia sido inaugurado o então novo tempo de relacionamento
entre gestor maior da Paraiba e paraibanos, muitos deles eleitores da
nova ordem.
O preâmbulo elastecido bem serve de
abrigo atemporal para acatar em seu bojo de memórias o tempo posto à
prova de Cássio, que já ali não agüentava de tantos lamentos desaguados
pós Ronaldo na perspectiva de construção de um processo no qual, anos
depois, em 2014, pudesse haver a possibilidade de refazenda da busca de
uma fase diferente na qual, mesmo diante do governador à beira do
tumulo, silencioso, houvesse a recomposição do tempo – para muito além
dos amigos de Ronaldo, considerado perdido.
Esta é a síntese de um arrastado
processo à época com dúvidas e incertezas sobre qual rumo tomar diante
do tal sofrimento popular, mas que com Cássio esse contexto poderia se
afirmar-se possível de fato para em candidatura postulada e consolidada
na Justiça Eleitoral viesse a ser uma poossibilidade de fato e concreta
para servir a um novo tempo.
Passados tantos dias, o sacramento
do Tribunal Regional Eleitoral de que inexiste qualquer impecilho à vida
política de Cássio se traduz num passaporte de valor amplificado, desde
as queixas tantas ao Poeta em fase despedida, ancorada nos ombros do
filho que agora carrega o andor de uma jornada somente a terminar em
meados de outubro.
A partir desta segunda-feira, 3,
contudo, véspera do aniversário de fundação da Paraiba velha de guerra,
mais fortemente no berço denominado de João Pessoa, o candidato tucano
celebrou consigo e com a força da Lei eleitoral a condição de que,
somando-se ao desejo de parte do Estado, agora pode bater no peito e
dizer que é Ficha Limpa em grau tal que poderá disputar com quem tanto
ajudou a crescer mas não soube em harmonia gerar a nova fase da
História paraibana com reais chances de reparar rumos e modos, posto que
viver em paz é maior do que poder pensar-se o que não se é.
Pode parecer piegas, mas desde a
despedida de Ronaldo que se ouvia o pranto coletivo de se buscar
construir a superação dos obstáculos. Uma delas, talvez a principal, foi
movida neta segunda, 4, em nome da Lei e da realidade posta, como uma
chama a atender os ombros do Poeta para um projeto de contemplação e
realidade de uma Paraíba em outro rumo de perspectiva.
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