Morte de Ariano Suassuna é ignorada por Chico Buarque, Caetano Veloso e Gilberto Gil
Escritor paraibano já havia falado que não gostava de artista baiano, ‘desafeto intelectual’
Chico Buarque, Gilberto Gil e Caetano Veloso
Chico Buarque, Caetano Veloso e
Gilberto Gil ignoraram a morte do escritor e dramaturgo paraibano Ariano
Suassuna. No Twitter, Chico e Gil registraram um ano da morte de
Dominguinhos, mas nada postaram a respeito do falecimento de Ariano.
Caetano preferiu divulgar a turnê de Abraçaço. Nada registraram no
Facebook a respeito da internação e do falecimento de Ariano.
Com relação a Caetano, a briga é antiga. Os dois artistas sempre
rivalizaram sobre tradição e vanguarda. Entre o nacionalismo de Ariano e
a visão cosmopolita de Caetano sempre saíram faíscas. Em entrevista à
Folha de São Paulo, no início da década de 90, Ariano criticou o
Tropicalismo (movimento que teve Caetano como um dos maiores nomes) e
disse o seguinte sobre o baiano ao ser perguntado se gostava dele: “Não,
não gosto. Você quer saber o que eu gosto como música? Eu gosto de
Villa-Lobos e Antonio Madureira, coordenador do Quinteto Armorial. Gosto
de Guerra Peixe. Aí a pessoa vem dizer: mas ele é um grande poeta.
Grande poeta brasileiro para mim é João Cabral de Melo Neto, Jorge de
Lima e Janice Japiassu, a grande poetisa armorial do Nordeste. Eu não
desço daí não. Meu nível é por aí. Bom, pode até parecer um elitismo de
minha parte, mas é mesmo. O que a gente queria era procurar uma arte
erudita brasileira em todos os campos”.
Última aula-espetáculo
“Eu sei que vou morrer, mas meus personagens ficarão todos com vocês". A
frase foi dita por Ariano Suassuna em sua última aula-espetáculo, no
teatro Castro Alves, em Salvador (BA), dia 16 deste mês, uma semana
antes de morrer. Na capital baiana, está acontecendo o projeto
multimídia “Ariano Suassuna – Arte Como Missão”. Até sábado, dia 26,
haverá exposição fotográfica e um ciclo de filmes.
A exposição O Decifrador reúne fotografias inéditas, assinadas por
Alexandre Nóbrega, que tem uma convivência muito próxima com Suassuna,
acompanhando-o nas viagens, com acesso a momentos descontraídos do
cotidiano do escritor. O projeto “Ariano Suassuna – Arte como Missão” já
passou por Brasília, Fortaleza, Rio de Janeiro e Recife. E segue,
depois de Salvador, para Curitiba e São Paulo.
MaisPB
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