247 - Depois de defender a
ação de justiceiros, que amarraram um jovem a um poste no Rio de Janeiro
e o agrediram, fazendo "justiça com as próprias mãos", a comentarista
Rachel Sheherazade, que, à época falava em "legítima defesa coletiva",
agora se diz vítima de "linchamento moral". O motivo: comentaristas,
como Ricardo Boechat, da Band, insinuaram que ela teria tanta
responsabilidade pela morte de uma jovem que foi linchada no Guarujá
(SP) como os autores do crime.
Em resposta, Sheherazade, que negociava sua
transferência do SBT para a Band, divulgou uma nota, divulgada na coluna
de Mônica Bergamo, em que se diz vítima de linchamento moral. Leia
abaixo:
"O justiçamento é uma prática abominável de
aplicação de penas de tortura e/ou morte, ao arrepio das leis e do
Direito. Esse ato medonho sempre acompanhou a história da humanidade. Há
relatos de justiçamento desde os primórdios das civilizações. Essa
prática não é exclusividade do nosso tempo nem do nosso país.
Acontece que, após a repercussão do caso de
menor infrator preso ao poste [no Rio de Janeiro], a imprensa passou a
noticiar mais casos semelhantes.
A tentativa de atribuir ao meu comentário a
responsabilidade pela violência crônica e endêmica que vive nosso país é
no mínimo leviana. Como jornalista cabe a mim noticiar os fatos. Como
comentarista, analisá-los sob meu ponto de vista. E o meu direito a
opinião é garantido pela Constituição Federal.
Não me cabe a responsabilidade pela falta de
segurança no país, pelo sucateamento da polícia, pela morosidade da
Justiça, enfim, pela sensação de impunidade e impotência que espalha o
medo e o desespero entre a população.
Como jornalista, apenas situei os fatos,
apontei e compreendi' as possíveis causas do fenômeno justiçamento. O
resto não passa de linchamento moral."
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