Sortudo com direito a fortuna de R$ 800 milhões não consegue ser identificado pelo TJ
Um
sortudo com direito a uma fortuna de R$ 800 mil simplesmente não
consegue ser identificado pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. O
valor refere-se ao pagamento de precatórios judiciais (uma espécie de
requisição de pagamento de determinada quantia que a Fazenda Pública foi
condenada a pagar a uma pessoa física ou jurídica, após batalha
judicial) que ele tem direito a receber do estado.
Porém, a falta de identificação do
beneficiário dificulta o trabalho do Tribunal de Justiça, por ser um
caso de mais de 40 anos. Na época, o credor recebeu apenas uma folha
amarela, que informava o valor do crédito. Esse é um dos valores mais
altos a serem pagos, mas a presidente do TJRJ, desembargadora Leila
Mariano, explicou que dos R$ 14,5 bilhões em precatórios depositados
judicialmente, 35% não são resgatados no Banco do Brasil, pois os
credores são desconhecidos.
Ontem, a presidente do TJRJ fez um
balanço da gestão de um ano e três meses e apontou o pagamento de R$ 1,3
bilhão em precatórios atrasados, de janeiro a março deste ano, como uma
das marcas de sua administração. Leila explicou que há casos de pessoas
que ganharam o direito de receber o benefício, mas não retiraram o
dinheiro. Como não há a identificação de quem tem o direito a receber o
precatório nessas situações, a Justiça tenta obter mais dados junto ao
Banco do Brasil, onde o dinheiro está depositado — a pedido da
presidente, numa conta especial.
Quem achar o documento pode procurar o
Banco Brasil, na sala 108, corredor C, do 1º andar do Fórum Central do
Rio, das 9h às 12h. Os pagamentos começaram a ser efetuados em 15 de
janeiro, e obedecem à ordem cronológica dos precatórios: dos mais
antigos para os mais recentes. Segundo ela, a medida, autorizada pela
Lei Complementar de número 147, de 27 de junho de 2013, já beneficiou
4.485 pessoas e empresas que ganharam ações judiciais contra o estado e,
alguns casos, há mais de 13 anos para receber. A dívida total do estado
relativa aos precatórios em atraso estava calculada em R$ 3,2 bilhões, a
ser paga a 7.509 beneficiários.
O Globo
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