Tiradentes
Tiradentes |
Joaquim José da Silva Xavier, ou simplesmente Tiradentes, o "Mártir
da Independência" do Brasil, nasceu no 12 de novembro de 1748, na Fazenda
do Pombal, próxima ao arraial de Santa Rita do Rio Abaixo, entre a Vila de
São José, hoje Tiradentes, e São João del-Rei. Filho do português Domingos
da Silva Santos, proprietário rural, e da brasileira Antônia da Encarnação
Xavier, o quarto dos sete irmãos, ficou órfão aos 11 anos, não fez estudos
regulares e ficou sob a tutela de um padrinho, que era cirurgião.
Trabalhou como mascate e minerador e tornou-se sócio de uma botica de assistência à pobreza na ponte do Rosário, em Vila Rica, e se dedicou também às práticas farmacêuticas e ao exercício da profissão de dentista, o que lhe valeu o cognome Tiradentes.
Trabalhou como mascate e minerador e tornou-se sócio de uma botica de assistência à pobreza na ponte do Rosário, em Vila Rica, e se dedicou também às práticas farmacêuticas e ao exercício da profissão de dentista, o que lhe valeu o cognome Tiradentes.
Com
os conhecimentos que adquirira no trabalho de mineração, tornou-se técnico
em reconhecimento de terrenos e na exploração dos seus recursos, começou a
trabalhar para o governo no reconhecimento e levantamento do sertão brasileiro.
Depois
alistou-se na tropa da capitania de Minas Gerais e foi nomeado pela rainha
Maria I, comandante da patrulha do Caminho Novo (1781), estrada que conduzia
ao Rio de Janeiro, que tinha a função de garantir o transporte do ouro e dos
diamantes extraídos da capitania.
Nesse
período, começou a criticar a espoliação do Brasil pela metrópole, que ficava
evidente quando se confrontava o volume de riquezas tomadas pelos portugueses
e a pobreza em que o povo permanecia. Insatisfeito por não conseguir promoção
na carreira militar, alcançando apenas o posto de alferes, pediu licença da
cavalaria (1787).
Morou
por volta de um ano na capital, período em que desenvolveu projetos de vulto
como a canalização dos rios Andaraí e Maracanã para melhoria do abastecimento
de água do Rio de Janeiro, porém não obteve deferimento dos seus pedidos para
execução das obras. Seus projetos foram rejeitados pelo vice-rei, sendo mais
tarde construídos por D. João VI. Esse desprezo fez com que aumentasse seu
desejo de liberdade para a colônia.
De
volta a Minas Gerais, começou a pregar em Vila Rica e arredores, a favor da
independência do Brasil. Organizou um movimento aliado a integrantes do clero
e pessoas de certa projeção social, como Cláudio Manuel da Costa, antigo secretário
de governo, Tomás Antônio Gonzaga, ex-ouvidor da Comarca e Inácio José de
Alvarenga Peixoto, minerador.
O
movimento ganhou reforço ideológico com a independência das colônias americanas
e a formação dos Estados Unidos. Fatores regionais e econômicos contribuíram
também para a articulação da conspiração de Minas Gerais, pois na capitania
começara a declinar a mineração do ouro.
Os
moradores já não conseguiam cumprir o pagamento anual de cem arrobas de ouro
destinado à Real Fazenda, motivo pelo qual aderiram à propaganda contra a
ordem estabelecida.
O
sentimento de revolta atingiu o máximo com a decretação da derrama, uma cobrança
forçada de 538 arrobas de ouro em impostos atrasados (desde 1762), a ser executada
pelo novo governador de Minas Gerais, Luís Antônio Furtado de Mendonça, visconde
de Barbacena.
O
movimento se iniciaria na noite da insurreição: os líderes da inconfidência
sairiam às ruas de Vila Rica dando vivas à república, com o que ganhariam
a imediata adesão da população.
Porém,
antes que a conspiração se transformasse em revolução, foi delatada pelos
portugueses Basílio de Brito Malheiro do Lago, Joaquim Silvério dos Reis e
o açoriano Inácio Correia de Pamplona, em troca do perdão de suas dívidas
com a Fazenda Real.
E
assim, o visconde de Barbacena suspendeu a derrama e ordenou a prisão dos
conjurados (1789).
Avisado
o inconfidente escondeu-se na casa de um amigo no Rio de Janeiro, porém foi
descoberto por Joaquim Silvério que sabia de seu paradeiro, já que o acompanhara
em sua fuga a mando de Barbacena.
Escuartejamento de Tiradentes
Esquartejamento de Tiradentes |
Preso,
assumiu toda a culpa pela conjuração e após um processo que durou três anos,
foi o único que não mereceu clemência da rainha dona Maria I, pois condenado
à morte junto com dez de seus companheiros, estes tiveram a pena comutada
por favor real. E assim, numa manhã de sábado (21/04/1792), o condenado percorreu
em procissão as ruas engalanadas do centro da cidade do Rio de Janeiro, no
trajeto entre a cadeia pública e o largo da Lampadosa, atual praça Tiradentes,
onde fora armado o patíbulo.
Executado,
esquartejado e salgado; sua cabeça foi colocada dentro de uma gaiola, levada
para Ouro Preto e exposta em um poste, suas pernas cravadas em postes na Estrada
das minas e os braços levados para Barbacena.
Com
seu sangue lavrou-se a certidão de que estava cumprida a sentença, e foi declarada
infame sua memória. Essa conspiração ficou sendo conhecida como Inconfidência
Mineira.
Fonte: www.portuguesmania.com.ar
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