Após ser traído pela esposa, nordestino escreve carta emocionante antes de se matar
Um
relato impressionante marcou a despedida de um agente penitenciário
federal que cometeu suicídio no Rio Grande do Norte. Ele deixou uma
carta relatando os motivos para essa decisão tão drástica.
No relato, feito logo abaixo, ele acusa delegados de persegui-lo. E
mostra uma série de erros nas investigações que o levaram a responder
três inquéritos.
Mas a gota d’água foi a descoberta da traição da mulher. Com essa
surpresa, e deprimido, o agente optou por se despedir da família, em um
emocionante “adeus”, principalmente para o filho.
Veja a carta:
“Amigos e irmãos, há seis meses venho sofrendo de uma doença
chamada de depressão, que me acometeu após mais de um ano de
perseguições e assédios por parte de um Delegado de Polícia Federal,
ex-diretor do Presídio Federal em Mossoró, acobertadas por outo também
delegado Federal Diretor do Sistema Penitenciário Federal.
Ocorre que tais perseguições materializaram-se em 3 Processos
Administrativos Disciplinares (todos com pena de demissão), aos quais,
iria me defender e comprovar minha inocência. Contudo, como a vida fez
outros planos para mim, temo que não terei tempo e forças suficientes
para tanto, portanto, vou discorrer brevemente sobre eles para que, se
houver um homem de bem neste país, às investigue com seriedade.
1ª – Fui acusado de não informar compras que fiz com o cartão
corporativo no compras.net, o que não fiz por não ter sido cadastrado
pelo Depen no siasg. Tal cadastramento não ocorreu, apesar de eu haver
entregue o devido formulário de cadastramento, pois, eu já tinha um
cadastro aberto no Exército. A servidora do setor então me determinou
que eu fosse a uma Unidade das Forças Armadas e pedisse meu
descadastramento….contudo, tal providencia é inviável a mim, simples
servidor, tal tramite deve ser feito entre a própria Administração.
2ª – Fui acusado de não informar, enquanto Chefe de segurança, as
faltas de um servidor, contudo, além de não ser minha obrigação
funcional, no período das faltas eu me encontrava a disposição da
Secretaria de Estado de Justiça do RN, portanto, era impossível conhecer
de tais faltas
3ª – Fui acusado de não cumprir ordem manifestamente legal do
Diretor, não permitindo a entrada de um oficial de justiça que tinha
suas vestes o máximo de nível de massa metálica. Tal situação (entrada
de qualquer pessoa, inclusive em razão do cargo) é proibida por três
dispositivos legais distintos: a) A portaria nº 157 do DG do Depen, b) O
manual de segurança do Diretor do SPF, c) O código penal no tipo
conhecido como prevaricação imprópria. Além destas normas, pasmem, um
ano antes do ocorrido o Juiz Mario Jambo, corregedor do presidio federal
a época, havia negado provimento a um mandado de segurança de um
advogado que pedia justamente a anulação das portarias acima e, o Juiz
Federal, negou o mandado baseado nas alegações do Delegado …de que a
entrada de pessoas com metal comprometia a segurança do presídio, que as
portarias eram elaboradas por autoridade superior a sua…nesta semana,
ironicamente o Depen divulga a notícia de que elogiou os procedimentos
de segurança da PFPV por ter sido impedido de entrar detectando massa
metálica….aí me pergunto, eu barrei o oficial de justiça e respondo PAD e
outro colega barrou o Ministro pelo mesmo motivo e é elogiado? Qual a
coerência disto?
Mas, tudo isso é pano de fundo para me calar quanto ao desvio de
verbas que ocorreu na construção do Presídio Federal em Mossoró, pois,
descobri que o projeto executivo não fora cumprido, deixando de ser
colocada a grama na Unidade, subdimensionando toda a parte elétrica da
Unidade e colocando uma blindagem inadequada no P1. Isso esta aos olhos
nus, é só comparar as plantas do presídio com o que lá esta colocado.
Para terminar esta tragédia, após, seis meses de doença,
15 quilos mais gordo, tomando seis remédios diferentes, descubro que a
pessoa a quem mais amei na vida, me traia via internet, com um merda de
um filósofo que trabalha em uma empresa de informática, enquanto eu
dormia(chorava) no quarto ao lado, ainda, fazendo zombarias…
Venho de família humilde, enfrentei inúmeras dificuldades
na vida, fui com orgulho oficial das forças armadas, me formei em
direito, passei em um concurso com mais de 60.000 candidatos, enfrentei
ameaças do preso mais “perigoso” do país, motins e rebeliões…. implantei
em dois presidio protocolos de trabalho que fazem deles um modelo para
seus Estados e reconhecido pelo CNJ.
Dediquei os últimos 15 anos de minha vida a uma só
mulher, com minhas imperfeições a amei e tratei com dignidade, como um
servo à sua princesa, dormi em cada espelunca para economizar trocados
para dar a melhor vida possível a ela e a meu filho, patrocinando carro
do ano (Corolla) , as melhores roupas e até cirurgias plásticas…Eu, o
menino pobre e descalço do Jardim Universitário , aos 37 anos descobri
que a honra, honestidade e o bem não existem nesse país, que o certo é
ser errado, que a vaidade (não é Daniela) são mais importantes que a
retidão de carater e o amor, enfim, vencido, descobri que DEUS NÃO
EXISTE OU JÁ ABANDONOU ESSE PAÍS HA MUITO TEMPO!
Esta manhã ela me deixou e, meu filho, sabendo de tudo
que ela fez preferiu ir com ela….devo ser uma pessoa muito ruim
mesmo…portanto, não me resta mais nada para mim nesta vida!
Aos meus irmãos e amigos agradeço tudo que fizeram por mim…nos encontraremos um dia!
A minha amada mãe peço desculpas por esta tristeza…..perdão pelo que fiz e pelo que não fiz….TE AMAREI SEMPRE!
A meu filho peço-lhe perdão por não poder acompanha-lo mais e por não ter sido um pai tão bom!
A você Daniela Piccin Rodrigues, prova incontestável de que o mau já venceu….QUE DEUS TE RESERVE UMA VIDA LONGA!”
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