PM morto em Camaro amarelo exibia vida de luxo em rede social
O
sargento da Polícia Militar Mozar Soares da Cunha, de 36 anos - morto,
na tarde de sexta-feira (28), ao reagir a um suposto assalto na Rua
Bertin, próximo à saída para a Avenida Brasil, em Coelho Neto, na Zona
Norte - levava uma vida de luxo. Nas redes sociais, o PM ostentava fotos
de passeios de lancha, carros importados e joias. Quando foi morto, ele
estava com R$ 100 mil em dinheiro dentro de um Camaro amarelo,
acompanhado de uma mulher. A quantia foi levada pelos criminosos, assim
como a arma, o cordão, a pulseira, o anel e a aliança de ouro do
militar.
No
veículo, comprado há 15 dias, havia um adesivo da loja "O crack da
cesta", empresa que comercializa cestas básicas de propriedade de Mozar,
em Cosmos, na Zona Oeste. O estabelecimento amanheceu fechado e alguns
dos 20 funcionários estavam de uniforme no local.
De acordo com a
mulher do PM, Nilva Carla, gerente da loja, o marido tinha acabado de
sacar o dinheiro, em um banco na Pavuna e ia realizar um pagamento com
uma vendedora, na Ceasa, em Irajá. Esse era o terceiro Camaro que o
sargento teve.
- Meu marido foi morador de rua antes de ser
adotado para uma família. Ele entrou para a polícia e virou empresário.
Era uma pessoa honesta, batalhadora. Tudo que conseguiu foi suor do
nosso esforço. Ele já foi até investigado várias vezes, mas não provaram
nada contra ele. Infelizmente, essa morte vai ser só mais uma para a
estatística. Todo dia morre um PM - emocionou-se Nilva, que estava há
dez anos casada, no IML.
De
acordo com o genro do PM, Marcos Paulo, o sargento seguia um caminhão
com funcionários da loja. O veículo seria abastecido na Ceasa. Simone
Cunha, irma da vítima, contou que os bandidos atiraram quando
descobriram que ele era militar:
- Ele era uma pessoa boa, que ajudava todo mundo. Não era um patrão, era um pai.
Segundo
informações do 9º BPM (Rocha Miranda), o sargento estava de folga
quando foi rendido por quatro homens armados de pistola e de fuzil. Ele
teria dito aos bandidos: "Não me esculacha, não", ao sair do carro,
antes de levar os dois tiros, no pulmão e no coração.
Após
o ataque, policiais militares ainda tentaram socorrer Mozart para o
Hospital estadual Carlos Chagas, em Marechal Hermes, mas ele chegou
morto à unidade.
O
filho do casal, de 6 anos, ainda não sabe da morte do sargento. O corpo
do militar será enterrado, às 14h30m deste sábado, no Cemitério Jardim
da Saudade, em Sulacap.
Segundo a Divisão de Homicídios, a vendedora foi levada para Divisão de Homicídios (DH), onde prestou depoimento.
Os
agentes procuram ainda testemunhas que possam ajudar na identificação
dos autores do homicídio. Mozart Soares era lotado no 5º BPM (Praça da
Harmonia) e estava na corporação desde 2001, tendo sido lotado pelo
Batalhão de Policiamento em Vias Especiais (BPVE) e pelo 3º BPM (Méier).
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