Annmarie Chiarini e sua cruzada contra o “pornô revanche”
Conheça a americana que se tornou um símbolo na luta das mulheres contra a exposição involuntário de sua nudez.
Ela própria foi vítima de vazamentos íntimos
Quatro casos de “pornô revanche” ficaram famosos no Brasil nos
últimos meses. Três garotas que dividiram fotos íntimas com namorados e,
depois, viram que elas foram compartilhadas, por vingança, em redes
sociais.
A primeira foi Fran Santos, de Goiânia. A segunda foi Julia Rebeca,
que terminou cometendo suicídio. A terceira, Thamiris Sato, pensou em se
matar, mas preferiu denunciar o criminoso. O episódio mais recente
envolve Giana Laura Fabi, que se enforcou com um cordão de seda em sua
casa.
É algo cada vez mais comum no mundo inteiro e que está provocando
discussões acaloradas. Em dois estados americanos — Califórnia e Nova
Jersey – o “revenge porn” virou crime, com legislação específica. Outros
estados analisam a matéria. No Brasil, Romário apresentou um projeto de
lei para criminalizar essa prática.
E nos EUA apareceu agora uma professora que se tornou o novo símbolo
contra o pornô revanche. Em 2011, Annmarie Chiarini posou nua para o
homem com quem estava se relacionando. Segundo Annmarie, ele prometeu
que arquivaria as imagens num CD e as esconderia em uma gaveta. Após uma
crise de ciúme dele, os dois romperam. “Eu vou destruir você”, foram
suas últimas palavras.
Um dia, ela encontrou as fotos sendo leiloadas no eBay. Cópias foram
enviadas para a escola de seu filho e para o diretor da escola onde dava
aulas de inglês. Terminaram num site pornográfico com o título: “A fim
de uma professora? Bem, venha pegá-la”. Ela ligou para a polícia e diz
que ouviu de volta um “e daí?”
Chiarini afirma que pensou em se matar, mas preferiu procurar
justiça. O eBay concordou em retirar as fotografias. Seu chefe não a
demitiu. Montou uma frente de 50 mulheres, de advogadas a especialistas
em internet, para exigir providências das autoridades e acolher vítimas.
Virou coordenadora do site ativista End Porn Revenge. Montou ela mesma um blog para receber denúncias e encaminha-las. Vai a uma audiência no Senado dar seu testemunho.
“Como eu não tenho paz desde aquele dia, abracei o papel de ser a voz
de quem ainda não descobriu a sua voz”, diz ela. “E eu vou falar”
No perfil de Giana Laura Fabi no Facebook, alguém escreveu que ela
teve um destino merecido ao mandar as fotografias para o namorado. Uma
professora de direito da Universidade de Miami, Mary Anne Franks, que
está trabalhando como consultora legislativa no site de Chiarini, faz um
bom paralelo: “Se você der seu cartão de crédito a um garçom, você não
está lhe dando permissão para comprar um iate.”

Nenhum comentário:
Postar um comentário