segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Desânimo existencial

Jefferson se queixa de ser chamado de ‘delator’

Josias de Souza


À espera da decisão de Joaquim Barbosa —prisão domiciliar ou sistema prisional?—, Roberto Jefferson ergue-se do desânimo existencial para revelar sua grande mágoa. Não suporta ser chamado de “delator” ou “mensaleiro”.
Nesta segunda-feira, plugado à internet, Jefferson anotou que, desde 2005, quando contou à repórter Renata Lo Prete que um “carequinha” de Minas distribuía dinheiro à base aliciada do governo petista, o número de amigos “só fez aumentar”.
“São muitos” os amigos, escreveu Jefferson, “com um detalhe: são… ocultos. Em privado, ‘o país muito me deve’, ‘um homem de coragem’, etc.; às claras, ‘delator’, ‘mensaleiro’ (logo eu, que denunciei a prática a Lula e a ministros do governo). Coisas do Brasil? Não, do ser humano.”
Condenado a 7 anos e 14 dias, Jefferson trancou-se em seus rancores. No exílio de Comendador Levy Gasparian, cidade assentada no Sul do Rio de Janeiro, o pivô do escândalo parece buscar a presença numerosa de um amigo real. Começa a se dar conta de que, no ostracismo, o amigo é uma desesperada utopia.

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