Jefferson se queixa de ser chamado de ‘delator’
Josias de Souza
À
espera da decisão de Joaquim Barbosa —prisão domiciliar ou sistema
prisional?—, Roberto Jefferson ergue-se do desânimo existencial para
revelar sua grande mágoa. Não suporta ser chamado de “delator” ou “mensaleiro”.
Nesta
segunda-feira, plugado à internet, Jefferson anotou que, desde 2005,
quando contou à repórter Renata Lo Prete que um “carequinha” de Minas
distribuía dinheiro à base aliciada do governo petista, o número de
amigos “só fez aumentar”.
“São muitos” os amigos, escreveu
Jefferson, “com um detalhe: são… ocultos. Em privado, ‘o país muito me
deve’, ‘um homem de coragem’, etc.; às claras, ‘delator’, ‘mensaleiro’
(logo eu, que denunciei a prática a Lula e a ministros do governo).
Coisas do Brasil? Não, do ser humano.”
Condenado a 7 anos e 14
dias, Jefferson trancou-se em seus rancores. No exílio de Comendador
Levy Gasparian, cidade assentada no Sul do Rio de Janeiro, o pivô do
escândalo parece buscar a presença numerosa de um amigo real. Começa a
se dar conta de que, no ostracismo, o amigo é uma desesperada utopia.

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