De tanto beber, James Bond seria impotente, dizem médicos
BBC
"Vodca
martini, batido, não mexido" é um dos bordões mais conhecidos do
agente secreto James Bond, imortalizado no cinema por Sean Connery,
Roger Moore, Daniel Craig e outros atores famosos.
Mas médicos que
analisaram o apreço por álcool do protagonista de vários livros do
autor britânico Ian Fleming concluíram que, se fosse de carne e osso,
James Bond provavelmente seria impotente e estaria à beira da morte.
Os
especialistas leram os 14 romances de Bond em seu tempo livre,
mapearam o seu consumo de bebidas alcoólicas e observaram que ele bebia o
equivalente a uma garrafa e meia de vinho todos dias.
Nos 88
dias vividos nos 14 livros, excluindo aqueles em que Bond esteve na
prisão, em um hospital ou em reabilitação, o espião entornou 1.150
unidades de álcool.
Isso equivale a 92 unidades por semana - cerca
de cinco vodcas martinis por dia e quatro vezes a dose máxima
recomendada para homens no Reino Unido.
O relatório dos médicos,
publicado em uma edição comemorativa do "British Medical Journal",
concluiu: "Apesar de entendermos as pressões sociais para que se
consuma álcool quando se lida com terroristas internacionais,
aconselhamos que Bond faça uma reavaliação mais profunda de sua
ingestão de álcool."
Patrick Davies, consultor em terapia
pediátrica intensiva nos Hospitais da Universidade de Nottingham, disse
à BBC: "Você não gostaria que essa pessoa desarmasse uma bomba
nuclea". "Ele é uma pessoa muito glamourosa, sai com todas as garotas e
isso é totalmente incompatível com o estilo de vida de um alcoólatra, o
que ele é."
Davies afirma que Bond seria classificado como
bebedor-problema e estaria sob alto risco de danos no fígado, morte
precoce e impotência.
Da Rússia com vodca
Bond também tinha o hábito - altamente condenável - de beber e em
seguida dirigir. No livro Casino Royale, o agente parte para uma
perseguição de carro em alta velocidade após consumir 39 unidades de
álcool, bate e passa duas semanas em um hospital.
Em sua maior
bebedeira, Bond tomou 50 unidades de álcool em um único dia, em Moscou
contra 007. E o agente deixa de tomar umas e outras em apenas 13 dias
em todos os livros.
Os hábitos de consumo de James Bond pioram com
a idade. Ele começa a beber muito em Casino Royale (1953), embora
aparentemente comece a colocar a vida em ordem em Goldfinger (1959).
No
entanto, seu consumo começa a subir novamente e chega ao pico de 132
unidades por semana em A Morte no Japão (1964, adaptado para o cinema
sob o nome de Com 007 Só Se Vive Duas Vezes).
Os pesquisadores
afirmam que esse comportamento pode ser uma resposta à morte de sua
esposa um ano antes, em A Serviço Secreto de Sua Majestade.
Para
os médicos, que deixaram claro que suas observações não vieram de um
estudo científico mas apenas de anotações coletadas após leituras nas
horas vagas, "as capacidades de Bond mostradas nos livros são
inconsistentes com o funcionamento físico, mental e sexual esperado de
alguém que bebe esta quantidade de álcool".
O consumo excessivo de álcool causa 2,5 milhões de mortes todos os anos no mundo.
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