Lei deve tornar Procissão da Penha Patrimônio Cultural Imaterial
Uma lei do vereador Marcos Vinicius (PSDB), que se encontra no
gabinete do prefeito Luciano Cartaxo (PT) para ser sancionada, torna a
Procissão de Nossa Senhora da Penha um Patrimônio Cultural Imaterial da
Cidade de João Pessoa.
De acordo com o vereador propositor, a Constituição Federal de 1988 ampliou o conceito de cultura nacional,
ao considerar patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza
imaterial de reconhecida importância para a sociedade brasileira.
D"Em seu § 1º do art. 215, a Carta Magna
determina que o Estado proteja as manifestações das culturas populares,
indígenas, afro-brasileiras e de outros grupos participantes do
processo civilizatório nacional. Nesse contexto se inclui a Procissão de
Nossa Senhora da Penha dos mais antigos eventos católicos oficiais do
município."
História
A devoção a Nossa Senhora da Penha teve
origem com o português Sílvio Siqueira, que em 1763, comandava uma
embarcação em direção à Europa. No litoral paraibano ele enfrentou uma
grande tormenta. Em um momento de aflição, reuniu a tripulação e pediu
proteção a Nossa Senhora da Penha, prometendo erguer uma ermida em sua
honra no local em que aportasse em segurança. Minutos depois, todos
conseguiram desembarcar com tranquilidade na então Praia de Aratú - hoje
Praia da Penha. Como prometido, a construção foi feita. E essa foi à
terceira capela construída no Brasil para Nossa Senhora da Penha. A
primeira foi erguida em Vila Velha, na então Capitania do Espírito
Santo, entre os anos de 1558 e 1570. A segunda foi construída em 1635,
pelo capitão Baltazar Abrel Cardoso, na Freguesia de Irajá, no Rio de
Janeiro.
Atualmente, calcula-se que pelo menos 350 mil romeiros, vindos de todos os cantos, participam da procissão.
A
Procissão da Penha acontece no último domingo de novembro, com a
participação de milhares de religiosos concentrados em vários bairros de
João Pessoa, onde acontece o trajeto, à espera da passagem da
procissão. Esta, ao passar, vai carregando pessoas que saem
acompanhando-a dos seus bairros até a chegada no Santuário da Penha. Na
concentração, no centro da capital, em frente à Igreja Nossa Senhora de
Lourdes, fica a grande massa: pessoas que chegam desde cedo e se
aglomeram a espera da saída, pois é questão de fé fazer todo o
itinerário religioso. São 14 quilômetros percorridos por adultos, idosos
em grande número e crianças.
Romeiros de toda Paraíba participam
desse evento, sendo que a maioria desloca-se em ônibus fretado, e só
retornam aos seus municípios depois da celebração da missa que acontece
depois da procissão, na chegada ao Santuário da Penha.
O Santuário
da Penha faz parte do roteiro histórico e turístico do litoral
paraibano. Foi tombado pelo Instituto Histórico e Artístico do Estado da
Paraíba (Iphaep) em 26 de agosto de 1980. Este santuário é sido muito
procurado devido aos milagres atribuídos à Virgem Maria. A Romaria da
Penha, uma das mais tradicionais da Paraíba, atrai uma média anual de
250 mil peregrinos.
A magnitude, as peculiaridades, a diversidade,
o conteúdo religioso e cultural do evento são riquezas únicas
cultivadas há mais de dois séculos pelos paraibanos. Por sua beleza e
grandiosidade, é também o mais importante evento turístico religioso da
Paraíba.
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