A EXPERIÊNCIA DE DEUS EM SANTA TERESINHA
A partir do que se observou na vida de nossa santinha, podemos afirmar que
a experiência de Deus em sua vida passou por muitas fases, até chegar ao cume
da total entrega ao seu amor misericordioso. Durante a sua infância, ela recebeu
muitas instruções referentes a um Deus juiz, que observa a atitude de seus
filhos, para depois castigar aos que não correspondem ao seu amor. Ainda hoje,
muitos cristãos pensam da mesma maneira, vivendo toda sua vida cristã com
medo do castigo eterno.
Como pode existir um Deus tão bom e tão “mal” ao mesmo tempo? Todas
estas perguntas, Teresa fazia em seu interior. Ela sofreu muito com a partida
de sua mãe ainda quando muito criança e outros fatos que lhe interrogavam
sobre a bondade e a misericórdia de Deus.
Quando falamos em experiência de Deus, falamos de algo muito particular,
que envolve todo o ser da pessoa. A visão positiva de seu pai sem dúvida,
influenciou também na visão positiva de Deus. Nós experimentamos a Deus no
nosso todo, não podemos isolar nenhum dos aspectos de nossa existência.
Apesar de toda evolução que passamos, a vida cristã hoje, não é muito diferente
da vida cristã que viveu Santa Teresinha. Somos massacrados pelo individualismo
que nos coloca numa dimensão muito distante do sentido profundo de nossa existência.
Somos convidados a testemunhar um Deus presente em nossa vida e em nossa história.
Os MCS estão nos bombardeando constantemente, somos jogados para bem longe
de nossa verdadeira identidade de filhos de Deus.
A nossa vida é um “privilégio de Deus”, Ele nos escolheu para santificar-nos
e santificar os outros. Será que vale a pena falar de santidade hoje? Será
uma realidade totalmente distante da nossa? Santa Teresinha e os grandes santos
se sentiram amados e é este SENTIR que deve ser a base de nossa experiência
de Deus. Quais são as verdadeiras motivações de nossa vida? Experimentar Deus
é buscar a santidade. Santo é aquele(a) que consegue o total equilíbrio no
contato com Deus e com os irmãos dentro de sua realidade. É buscar constantemente
a estabilidade de nossas profundas relações( Deus, Eu, Outros e o Mundo),
dentro da constante instabilidade da vida.
“Se existo é porque sou amado”. Esta deve ser a base de nossa existência
e podemos afirmar que foi esta a realidade marcante da vida de Teresinha.
Precisamos criar uma nova sensibilidade para nos sentirmos amados e viver
um novo dinamismo no amor. Todos os grandes místicos, chegaram num momento
crucial que se entregaram para a oração a fim de terem certeza de qual era
a vontade de Deus em suas vidas.
A experiência de Deus verdadeira, sempre nos leva a uma experiência do irmão
que está ao nosso lado. Isto exige da nossa parte uma palavra, hoje bastante
evitada, que é a capacidade de renúncia. Precisamos renunciar as alegrias
superficiais para buscar a verdadeira alegria (Ex das teias de aranha).
ALEGRIA SUPERFICIAL ========> SOFRIMENTO PROFUNDO
SOFRIMENTO SUPERFICIAL=====> ALEGRIA PROFUNDA
A verdadeira experiência de Deus sempre será dramática para nós. Deus não
se manifesta na auto-suficiência, mas sim nos momentos em que nos sentimos
mais necessitados.
Nenhum comentário:
Postar um comentário