quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Exemplo de Santidade dos Pais de Santa Terezinha!

A FAMÍLIA MARTIN


“Theófanes Venard amava muito sua família; e eu também amo muito minha familiazinha. Não compreendo os santos que não amam sua família…”
(CA 21/26.5.1)
“… O Bom Deus me deu um pai e uma mãe mais dignos do céu do que da terra”
(Ct 261)
Todos os que conhecem a vida de Santa Teresinha sabem do amor extremado que a unia a seus pais. Órfã de mãe muito cedo, é natural que seu apego à figura paterna tenha se exacerbado. Louis Martin era o seu “Rei”. Teresa era, sem dúvida, a filha predileta, a “Rainhazinha” do Sr. Martin.
Luís José Aloísio Estanislau Martin, o pai, nasceu em Bordeaux, França, aos 22 de agosto de 1823.
Nesse dia, seu pai, militar, estava ausente, numa expedição na Espanha.
Seus pais foram: Pedro Francisco Martin e Fanny Boureau.
Devido ao trabalho do pai, Luís passou a infância em vários lugares: Avignon, Estrasbourg e, finalmente, Alençon, onde fixou residência a partir de 1830.
Calmo, piedoso, dado à contemplação, Luís desejou abraçar a vida monacal. Para tanto, visitou o Mosteiro do Monte São Bernardo, em 1843. Porque não conhecia o latim, não foi aceito à Ordem Cisterciense. Voltando a Alençon, abriu uma relojoaria, em 1850.
Zélia, mãe de nossa santa, chamava-se Azélia Maria Guérin. Nasceu aos 23 de dezembro de 1831, em Gandelain, França. Quando jovem, sonhou e chegou mesmo a ingressar na Ordem das Visitandinas, mas a Superiora logo descobriu que Zélia não era possuía vocação religiosa. Este sonho permanecerá em sua cabeça. Em 1844, mudou-se para Alençon, onde estudou com as Damas da Adoração e aprendeu a profissão de rendeira, especializando-se na famosa renda de Alençon. Começou a fabricar a renda para uma casa de Paris. Por volta de 1863 começou a trabalhar por conta própria, quando abriu uma pequena empresa.
Zélia Guérin e Luís Martin casaram-se em Alençon em 13 de julho de 1858. Pretendiam viver como irmãos.
Convencidos por um confessor, decidiram ter filhos e os tiveram em número de nove: sete meninas e dois meninos.
Zélia fez por eles a seguinte oração: ” Senhor, dá-me muitos filhos, e que eles sejam todos consagrados a ti”. A oração foi integralmente atendida.
Nada há de extraordinário na vida deste casal cristão.
Vida simples, decididamente voltada para Deus que está no centro de tudo: missa diária, devoção ao Sagrado Coração de Jesus, participação em alguns movimentos da Igreja, solidariedade e caridade para com os menos afortunados.
Luís e Zélia amam-se muito.
Durante uma viagem, ela escreve: “Estou ansiosa para estar perto de ti, meu querido Luís… Eu te amo de todo meu coração e ainda agora sinto redobrar minha afeição pela privação de tua presença”. Eles se completam harmoniosamente, tomam juntos as decisões importantes referentes ao casamento e ao trabalho. São generosos com os pobres e os infelizes.
Ambos desejam ser santos e vivem com fidelidade suas obrigações de estado, exercendo seu trabalho e dando o melhor de si para a educação de seus filhos. Se se pensa em beatificá-los como casal é porque a heroicidade de suas virtudes foi reconhecida em ambos. O Papa João Paulo II já reconheceu oficialmente essa heroicidade.
Esta santidade foi particularmente manifestada através das provações. O casal Martin vive o abandono à Providência, principalmente quando a conjuntura econômica não favorecia os negócios. E, embora, no geral, tenham vivido em boa situação financeira, jamais se deixaram envaidecer por isso. Zélia, em uma de suas cartas, afirma que “a prosperidade constante afasta de Deus”.
Eles experimentaram a provação de perderem dois filhos e duas filhas ainda criancinha. Zélia se angustiará com estes episódios, mas encontrará seu consolo na oração. Desde 1864, começará a sentir os sintomas do câncer de mama que a levará em 1877. Assumirá com coragem sua enfermidade e se dedicará aos filhos e ao trabalho até o fim.
Ela fala em viver simplesmente o instante presente, que é onde Deus se revela, dando-nos uma lição de confiança: “Eu me resigno a todos os acontecimentos adversos que me vêm ou que me podem vir.
Eu penso: foi Deus quem quis assim! E não penso mais nisso!”.
Dez dias antes de morrer ela escreve a seu irmão: “Que vocês querem, se a Santa Virgem não me cura… É que meu tempo chegou e o Bom Deus quer que eu repouse em outro lugar e não sobre a terra”. Zélia morre com 46 anos em 28 de agosto de 1877. Teresa tem quatro anos e meio.
Após a morte de Zélia, Luís se muda para Lisieux, atendendo ao convite de seu cunhado Isidore Guérin, instalando-se com as cinco filhas na casa Buissonnets. Assiste feliz ao ingresso de todas as suas filhas na vida religiosa. Ele tem consciência de todas as graças que recebeu do Senhor.
Um dia revela às filhas que costuma fazer a seguinte oração: “Senhor, é demais! Sim, sou muito feliz. Mas não é possível ir ao céu desta maneira.
É preciso que eu sofra um pouco por vós”. E ele se oferece. Pouco tempo depois ele experimenta a terrível humilhação da doença mental, conseqüência de uma arteriosclerose. É internado em Caen, no hospital Bom Salvador, onde se tratam os loucos. Grande provação para ele e para suas filhas.
Teresinha, a respeito dessa enfermidade, escreverá: “Os três anos do martírio de meu pai pareceram-me os mais amáveis, os mais frutuosos de toda nossa vida. Eu não os trocaria por todos os êxtases e as revelações dos santos”.
Se um dia Luís e Zélia Martin forem beatificados, não será porque foram pais de uma santa. Será porque eles foram cristãos normais, vivendo no mundo. Seu exemplo mostra que a santidade não é um ideal inacessível, mesmo para pessoas casadas, tendo obrigações e responsabilidade de família, engajadas em trabalhos comerciais, etc.
Ao cumprir quotidianamente seu dever de estado, eles acolheram simplesmente a vontade de Deus para eles. Não há, nesta simplicidade, como que uma amostra grátis da “pequena via” descoberta por sua filha?

Fonte: reporterdecristo.com

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