Mansão de Versace em Miami vai a leilão por 75 milhões de dólares
Casa foi cenário de um crime famoso e virou atração turística. Corretora conta que propriedade tem dez apartamentos de luxo, mas não confirma a informação de que David e Victoria Beckham estariam interessados.
Um templo luxuoso ou super cafona, depende do ponto de vista. Um palácio
das mil e uma noites à procura de comprador. A mansão foi cenário de um
crime famoso e virou atração turística em um dos bairros mais badalados
de Miami, nos Estados Unidos.
Esta é uma história de muito luxo, moda e criatividade. De sexo, drogas e rock n’ roll. E de violência.
Gianni Versace era um dos mais famosos costureiros italianos. A porta
da casa dele em Miami atrai turistas do mundo todo. ‘Ele é um ícone’
dizem os turistas em inglês e espanhol.
Na região, todos sabem que Versace morreu nos degraus de mármore na porta de sua casa.
15 de julho de 1997, pouco depois de 8h30. Gianni Versace volta do café
da esquina onde comprou revistas. Não vê o homem esperando por ele do
outro lado da rua. Quando vai abrir a porta o assassino se aproxima por
trás e lhe dá um tiro na nuca. Ele cai olhando para o céu. Leva o
segundo tiro, fatal, no olho direito. O matador sai andando calmamente
pela calçada.
Andrew Cunanan matou Versace. Ele estava sendo caçado pelo FBI como um
dos assassinos em série mais procurados dos Estados Unidos.
Ganhava a vida como garoto de programa explorando homossexuais. Matou quatro antes do estilista.
Oito dias depois do crime, cercado pela polícia, Cunanan se suicidou. E deixou um mistério: por que Versace?
O italiano usava os serviços de rapazes como Cunanan. Mas não há indícios de que os dois se conhecessem.
O haitiano Wilbert foi uma das últimas pessoas a ver o costureiro com
vida. Trabalha até hoje no café por onde Versace passou naquela manhã
fatídica.
"Ele era um pai para mim", diz.
South Beach, a zona sul da praia de Miami, viveu seu auge nos anos 40 e
50 e entrou em franca decadência. No início dos anos 90, Gianni Versace
comprou um prédio que ele transformou num palácio das 1.001 noites.
Trouxe para lá a alta sociedade internacional. E South Beach virou uma
das Mecas do turismo nos Estados Unidos.
Depois da morte do estilista, a casa foi vendida, andou fechada, virou
hotel de luxo, mas a empresa faliu e esta semana vai a leilão. O lance
mínimo é US$ 75 milhões - quase R$ 200 milhões.
A corretora conta que a casa tem dez apartamentos de luxo. Ela não
confirma a informação de que David e Victoria Beckham, que eram amigos
de Versace, estariam interessados na casa. Mas não há dúvida: é um lugar
de sonho.
Imagina a festa: Elton John e o namorado, Madonna e um dos muitos
namorados dela, a Princesa Diana recém separada do príncipe Charles com o
amante Dodi Fayed. Nobreza européia e celebridades enfeitavam as festas
de Versace à beira da piscina digna de um imperador romano.
Na época foi descrita como a mais cara do mundo, a piscina custou US$
1,5 milhão. Nas festas, era coberta e virava a pista de dança.
Na casa, nada é normal. O banheiro dá pra quatro pessoas ao mesmo
tempo. As torneiras e os chuveiros são de ouro maciço. É uma viagem ao
mundo dos sultões muçulmanos.
A sala tem detalhes marroquinos. Todo o cenário tem a ver com o estilo
criado por Versace e mantido pela irmã, Donatella, que mantém viva a
marca.
É um choque de culturas e influências: barroco, renascença, oriente, Roma e Grécia antigas.
Versace deu uma nova dimensão à megalomania, a mania de grandeza. O
quarto é gigante. No fundo no banheiro, uma estátua de Alexandre o
Grande. Na cama cabiam com folga além dele mais cinco visitas. E dizem
que às vezes mais do que isso.
O apartamento mais espetacular é o da então amiga íntima e diva, a
cantora Madonna. Tem uma banheira, que foi exigida por ela. Todos os
outros cômodos têm apenas chuveiros.
Para uns, a casa de Versace é a imagem do excesso de cafonice e de ostentação. Para outros, o luxo, a opulência e o bom gosto.
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