segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Seca, Fome e Miséria

O Município de Juru e os Efeitos da Seca



As principais causas da seca do nordeste são naturais. Juru, por exemplo, município localizado no semi-árido paraibano, numa área em que as chuvas ocorrem poucas vezes durante o ano, recebe pouca influência de massas de ar úmidas e frias vindas do sul. Logo, fazendo parte do sertão nordestino, aqui permanece durante muito tempo, uma massa de ar quente e seca, não gerando precipitações pluviométricas.

O desmatamento no sertão nordestino também contribui para o aumento da temperatura, acarretando intenso calor em grande parte do ano e baixa umidade, deixando ainda, como característica da região, o solo seco e rachado, além do aspecto assolador da vegetação com presença de arbustos com galhos retorcidos  e sem folhas nessa época do ano. 

Como consequência do baixo índice pluviométrico ocorrido este ano, o manancial do açude Glória II que abastece a cidade de Juru está prestes a sofrer um colapso, já tendo sido comprometida inclusive a distribuição de água para consumo humano.


Na zona rural, muitas vezes, as pessoas precisam andar durante horas, sob Sol e calor forte, para pegar água, suja e contaminada. Assim, com uma alimentação em muitos lares precária e consumo de água de péssima qualidade, muitos habitantes acabam vítimas de muitas doenças.

O êxodo rural é muito grande por conta do desemprego que também é muito elevado, provocando a saída das pessoas do campo em direção as cidades. Muitos habitantes fogem da seca, forçados, em busca de melhores condições de vida nas cidades.

Pois, a seca enfrentada nos últimos anos, além de ser um problema climático, é uma situação que gera dificuldades sociais para nós que habitamos a região. 

Com a falta  de água, tornou-se difícil o desenvolvimento da agricultura e a criação de animais, que foi quase totalmente dizimada. Desta forma, a seca provocou a falta de recursos econômicos, principalmente por conta dos prejuízos com a perda do rebanho bovino, gerando fome e miséria na nossa região.

A maioria das pessoas fica na dependência de ações públicas assistencialistas que nem sempre funcionam e, mesmo quando funcionam, não geram condições para um desenvolvimento sustentável da região.

Dentre as ações implementadas pelo Governo Federal, a construção de cisternas, açudes e barragens tem sido uma alternativa para diminuir o impacto da seca. Contudo, a situação é de emergência, com a distribuição de água sendo feita de forma precária através de carros-pipa em virtude da estiagem. 


É preciso, portanto, que os governantes façam mais investimentos em infra-estrutura na região, através da implantação de um sistema de desenvolvimento sustentável, para que as pessoas não necessitem sempre de ações assistencialistas do governo. 

O incentivo público à agricultura, adaptada ao clima e solo da região, com sistemas de irrigação, seria o caminho mais viável.

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