Profissão de barbeiro resiste ao tempo
Ontem (06), foi comemorado o Dia Nacional do Barbeiro, uma das profissões
mais tradicionais do mundo. Apesar da tradição, o barbeiro vem
perdendo seu espaço para os grandes e modernos salões de beleza.
Atualmente são poucos estabelecimentos que mantém esse serviço.
Quem é acostumado a fazer a barba e o cabelo em barbearias pode ter
que mudar seus hábitos, pois os barbeiros estão em extinção.
No Centro de São Vicente por exemplo existem apenas duas barbearias
que sobrevivem dos clientes fiéis, que não trocam a perfeição
do serviço oferecidos.
Carioca como é conhecido, exerce a profissão de barbeiro há
55 anos, e diz que os barbeiros estão com os dias contados. “Essa
profissão está em decadência porque antigamente existiam
profissionais sérios e que aprendiam com seus pais, hoje em dia poucas
pessoas fazem barba no salão”, conta.
Para ele, que aprendeu o ofício com seu pai, está faltando
interesse da nova geração. “Hoje em dia com quatro dias
de curso já se abre um salão e se torna barbeiro, sem qualificação”,
completa Carioca que trabalha no Salão Rio.
Já João Rodrigues Felix, que exerce a profissão há
mais de 60 anos no Salão Valete de Paus, não indica a profissão
para ninguém. “Hoje em dia a gente sobrevive e só.
A profissão está acabando pois o que surge são cabeleireiros”,
comenta. Segundo ele os jovens não se interessam pelo ofício
por não trazer lucros futuros. “Já foi a época
que valia a pena ser barbeiro, hoje não dá mais. Para começar
tem que procurar uma coisa melhor”.
A tecnologia e a modernização dos aparelhos de barbear também
contribuíram para o afastamento dos homens. Hoje em dia muitos homens
preferem fazer a sua própria barba, em casa. Os novos salões
trazem novas técnicas e tendências que atraem mais clientes.
As barbearias se tornaram obsoletas para muitos, mas a perfeição
e o capricho dos antigos barbeiros é incomparável. A habilidade
com as lâminas e a rapidez fazem do barbeiro uma profissão única.
Início
Mas a profissão de barbeiro é muito antiga. Na Grécia,
as imagens utópicas das divindades mitológicas assumiam um ideal
de beleza e perfeição corporal. Essa preocupação
estética levou à necessidade de um espaço exclusivo e
adequado para o tratamento de beleza, incluindo o capilar.
Assim, surgiram os primeiros salões de beleza e a profissão
de barbeiro, exclusiva do sexo masculino. Já nessa época, os
barbeiros completavam os penteados com falsos cabelos.
Os homens pertencentes à nobreza e os guerreiros, apresentavam cabelos
compridos, sustentados por faixas, correntes ou condecorações.
Os adolescentes copiavam os penteados de Apolo e Arquimedes, enquanto os
velhos e filósofos usavam cabelos longos e barbas densas, como símbolo
de sabedoria. As barbas e bigodes eram cortados com ponta de lança,
à imagem de uma sociedade de gladiadores.
Os escravos, que não se distinguiam dos homens livres, apresentavam
cabelos curtos e lisos, não se permitindo barbas nem bigodes. Nas antigas
culturas, quem pegasse na barba ou cabelo de uma pessoa, era severamente punido,
pois significava um atentado à honra e uma intromissão em sua
psique.
Assim, a profissão de barbeiro foi associada à manutenção
da saúde física do indivíduo.
A sangria era um lucrativo setor desse ofício. Nos séculos
XVI e XVII, os barbeiros foram acusados de praticar a sangria despudoradamente.
Só no século XIX, o oficio de médico e de cirurgião
dentista foi separado da profissão de barbeiro, porém, alguns
continuaram a atuar como dentista até bem pouco tempo.
No século XX, surge a figura feminina nos salões de barbeiros,
tanto no exercício da profissão quanto na clientela. Os salões
tornaram-se unissex e parece que essa tendência veio para ficar por
muito tempo.
Fonte: www.jornalvicentino.com.br


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