domingo, 30 de junho de 2013

CADÊ LULA-LÁ

Marcos Tavares
Se tem um brasileiro que não pode assistir calado toda essa manifestação do povo na rua é o senhor Luiz Inácio Lula da Silva. Afinal foi ele quem nos presenteou com este poste búlgaro, a dona Dilma, e em assim sendo ele é o avalista do seu governo e de suas ações. Foi no ombro de Lula que Dona Dilma foi chorar em São Paulo, junto com seu marqueteiro de bolso, quando o povo saiu das redes sociais e foi às ruas dizer em claro e bom som que não concordava mais com seu desgoverno, que não concordava em queimar dinheiro público na Copa do Mundo e, principalmente, dizer que não engolia mais o surrado discurso de modernidade do PT.
Lula é famoso por submergir quando as ondas podem alcançá-lo. Fez isso no mensalão, fazendo de conta que toda aquela roubalheira não tinha passado pelo seu crivo e faz agora a mesma coisa com a indignação do povo como se não fosse dele e de seus programas as maiores queixas da população. Foi Lula quem trouxe a Copa das Confederações, a Copa do Mundo e as Olimpíadas para este pobre país campeão em miséria e violência. Foi igualmente Lula quem deixou que se sucateasse a educação, a segurança e a mobilidade em oito anos de poder populista. Como a bomba explodiu na mão de dona Dilma, Lula submerge e assiste do alto de sua nababesca vida de milionário o povo nas ruas.

Talvez na cabeça do metalúrgico ainda não tenha penetrado a ideia de que o que está em jogo não só Dilma, mas um modo de governar, o modo do PT e Lula é a cara do PT e logo sobre ele pode desabar a ira sagrada do povo. Nessa hora não vão adiantar bolsas, discursos, tiradas bem humoradas porque o povo cansou e povo cansado não gosta de discurso nem de gaiatice, quer ação. Ao se esconder do seu país, Lula atesta sua culpa e mais que isso, atesta que não tem soluções para os graves problemas que hoje afligem esse país.
Reforma
Realmente não se viu um cartaz nas ruas pedindo reforma política ou o voto distrital. Essa providência veio por que o atual sistema torna impossível a governabilidade do país e compromete a representatividade do povo.
Não são raros os casos em que candidatos mais votados são preteridos por menos votados dentro de uma coligação forte. Esse é só um absurdo do nosso sistema político bem como a obrigatoriedade do voto.
Para mudar o país é preciso mudar o sistema. O que traz perigo é confiar essa mudança a um Congresso viciado que jamais vai agir contra seus interesses e colocar o povo como prioridade.
Órfão
Todo o movimento político do ministro Aguinaldo Ribeiro vinha do fato de ser ele um dos preferidos de Dilma com livre trânsito no palácio presidencial.
Se era por isso apenas, sua candidatura cai por terra junto com o prestígio de dona Dilma, que mal se segura no governo e não tem cacife para apadrinhar ninguém.
Logo, o repentino sucesso de Aguinaldo e sua colocação na mídia como “menino dos olhos” da presidente Dilma deixa de ser um ponto positivo e começa a pesar negativamente. Coisas do movimento político.

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