Enviado por Ricardo Noblat -
Política
Aécio sob pressão (Editorial)
Folha de S. Paulo
O evento desta
segunda-feira do PSDB paulista, para demonstrar apoio ao senador Aécio
Neves, atenua a imagem de uma divisão grave no maior partido da
oposição. Os tucanos seguem tão unidos -ou desunidos- como têm estado
desde que deixaram o governo federal, no início da década passada.
Desde
então, um punhado de caciques disputa e controla as indicações nas
eleições majoritárias. A soma de suas personalidades e veleidades entra
em atrito constante, e às vezes em franca contradição, com as diretrizes
de estabelecer um programa partidário coerente e de privilegiar
condutas que se sobreponham ao personalismo.
O que acontece há
dois anos nesse minúsculo grupo de comando é o enfraquecimento de um de
seus próceres, José Serra. Duas derrotas sucessivas - para a
Presidência, em 2010, e para a prefeitura paulistana, em 2012 - anularam
sua capacidade de colocar-se no caminho de Aécio Neves.
Aécio Neves
está sozinho na disputa interna, e esse é o seu maior problema. Enquanto
se debatia com lideranças mais fortes, como em 2010 contra Serra, tinha
ao menos um pretexto para não dizer exatamente a que veio. Agora o
candidato que pretende governar o Brasil, antepondo-se a uma presidente
popular que será competitiva no ano que vem, está desafiado a revelar,
sem subterfúgios, sua plataforma e sua personalidade.
Os primeiros ensaios e discursos de Aécio Neves têm sido desapontadores.
Fonte: O Globo
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