quarta-feira, 30 de julho de 2025

Nicolás Maduro na mira de Trump

Estados Unidos aumentam recompensa e oferecem R$ 140 milhões por informações que levem à prisão de Nicolás Maduro

Foto: Ricardo Stuckert/ PR - PUBLICIDADE
Os Estados Unidos voltaram a colocar o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, na mira de sua política externa. Na última sexta-feira (25), o Departamento de Justiça norte-americano anunciou novamente uma recompensa de US$ 25 milhões, cerca de R$ 140 milhões, por informações que levem à prisão ou condenação de Maduro, elevando o tom das tensões diplomáticas e reforçando o discurso norte-americano de combate ao que chama de “narcoterrorismo” na América Latina.

Maduro, que governa a Venezuela desde 2013, é acusado pelos EUA de integrar e liderar o chamado Cartel de Los Soles, suposta organização criminosa formada por altos membros do governo venezuelano. As acusações, no entanto, têm sido contestadas por analistas internacionais, que veem na ofensiva mais um capítulo do histórico de ingerência norte-americana em países da América Latina.

Segundo o Departamento de Justiça dos EUA, o cartel venezuelano colaboraria com grupos armados como as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) e cartéis mexicanos, como o de Sinaloa. As acusações envolvem tráfico de drogas, fornecimento de armas e corrupção institucional.

Além de Maduro, o governo dos EUA também oferece recompensas por informações sobre Diosdado Cabello (ministro do Interior) e Vladimir Padrino López (ministro da Defesa), no valor de US$ 15 milhões e US$ 25 milhões, respectivamente.

Como parte da ofensiva, o Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC), do Departamento do Tesouro norte-americano, classificou o Cartel de Los Soles como organização terrorista estrangeira. Com isso, os EUA passaram a bloquear quaisquer bens ligados ao grupo em seu território e a proibir transações de cidadãos americanos com os acusados sob ameaça de punições civis e criminais.

O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, afirmou que a medida busca “expor e isolar o narcoterrorismo” supostamente conduzido pelo governo Maduro.

A recompensa por Maduro havia sido fixada em US$ 15 milhões desde 2020, ainda na gestão de Donald Trump, mas foi elevada para US$ 25 milhões no início de 2024, já sob o governo Joe Biden. Na época, o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, John Kirby, justificou o aumento como uma “mensagem de solidariedade ao povo venezuelano”, embora o próprio processo eleitoral da Venezuela tenha sido duramente questionado por Washington.

As eleições presidenciais venezuelanas de julho do ano passado, que reconduziram Nicolás Maduro ao poder, foram classificadas como fraudulentas pelos Estados Unidos. Mesmo com registros públicos de votação indicando ampla vitória de Edmundo González, a contagem oficial reelegeu Maduro para um terceiro mandato, fato que aumentou as tensões e abriu espaço para mais uma escalada de pressões externas.

Os EUA, seguidos por outros países, passaram a reconhecer González como o presidente legítimo da Venezuela.

PB Agora

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