‘Estou casado com Mourão e sem amante’, diz o presidente Jair Bolsonaro sobre 2022
O
presidente Jair Bolsonaro disse nesta quarta-feira, 4, que, por
enquanto, não há intenção de formar uma chapa para a disputa
presidencial em 2022 com o ministro da Justiça e Segurança Pública,
Sergio Moro, como vice.
“Por enquanto estou casado com Mourão (atual vice-presidente). Sou sem
amante”, disse Bolsonaro. O presidente, no entanto, fez diversos elogios
ao ministro e ex-juiz federal. “O Moro está indo bem para caramba
também na parte política”, afirmou. “Está aprendendo, está ficando um
hábil político.”
Articulador político
do Palácio do Planalto, o ministro-chefe da Secretaria de Governo, Luiz
Eduardo Ramos, avaliou em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo que
uma dobradinha entre Bolsonaro e Moro seria imbatível na disputa de
2022. “Eu falei para o presidente que, se hoje ele fosse tentar a
reeleição, com Moro de vice, ganhava no primeiro turno, disparado”,
afirmou Ramos, sem mencionar o atual vice, Hamilton Mourão.
O general ponderou que Bolsonaro não enxerga essa possibilidade. “Ele não vê nada disso.”
Moro
enfrenta resistências para emplacar o pacote anticrime no Congresso
Nacional e é alvo de questionamentos no mundo político, mas ainda mantém
a popularidade e foi aplaudido em pé na última semana em show do cantor
Roberto Carlos, em Curitiba.
As
declarações de Bolsonaro foram feitas em frente ao Palácio da Alvorada. O
presidente ainda tentou desviar de perguntas sobre possível chapa com
Moro: “Não quero saber de política. É um saco a minha vida, cara. Falar
para 2022… Eu chego em casa igual a um zumbi”.
Bolsonaro
chegou a convidar, ironicamente, um jornalista para compor a chapa na
próxima disputa presidencial. “Se bem que eu jamais teria um vice
barbudo”, completou Bolsonaro, arrancando risos de seus apoiadores.
Relação
A
relação entre Bolsonaro e Moro teve pontos baixos em 2019. O auge do
desgaste entre os dois começou após o presidente anunciar, em agosto, a
troca do superintendente da Polícia Federal no Rio por “questão de
produtividade”. Em nota, a PF contradisse o presidente ao afirmar que a
substituição já estava planejada e não tinha “qualquer relação com
desempenho”.
Nos
dias seguintes, Bolsonaro declarou que “quem manda é ele” e que, se
quisesse, poderia trocar o diretor-geral da PF, Maurício Valeixo, nome
de confiança de Moro. Internamente, as “ameaças” do presidente foram
vistas como uma tentativa de interferência política no órgão responsável
por investigações.
Em cerimônias
seguintes ao atrito pela interferência na PF, Bolsonaro e Moro deram
sinais de trégua. Na terça-feira, 3, o ministro da Justiça disse que o
presidente é “uma pessoa muito íntegra” e que o governo vai “muito bem”.
Fonte: Notícias ao Minuto - Publicado por: Érika Soares
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