Dia Mundial da Liberdade de Imprensa
Nunca foi tão perigoso ser jornalista

O Dia Mundial da Liberdade de Imprensa [3 de maio] é uma ocasião para lembrar
o mundo sobre a importância de proteger o direito humano fundamental de expressão,
imortalizado no Artigo 19 da Declaração Universal de Direitos Humanos ["Todo
o indivíduo tem direito à liberdade de opinião e de expressão, o que implica
o direito de não ser inquietado pelas suas opiniões e o de procurar, receber
e difundir, sem consideração de fronteiras, informações e idéias por qualquer
meio de expressão."].
Durante a última década, nós testemunhamos uma intensificação dramática na
violência contra jornalistas, profissionais da mídia e trabalhadores de veículos
de comunicação.
Em muitos países do mundo, profissionais da mídia são perseguidos, atacados,
detidos e até assassinados.
De acordo com organizações profissionais, 2006 foi o ano mais sangrento já
registrado, com 150 mortes na mídia. Centenas de trabalhadores da mídia foram
presos, ameaçados ou atacados por causa de seu trabalho. Ser um jornalista
nunca foi tão perigoso.

Mais de 170 profissionais da mídia, a grande maioria jornalistas locais,
foram mortos no país desde o início do conflito em abril de 2003. Nunca, na
história dos registros, houve tal escala de mortes de jornalistas.
Cultura da impunidade
Aqueles que arriscam as suas vidas para fornecer informações confiáveis e
independentes merecem nossa admiração, respeito e apoio. Eles entendem melhor
do que qualquer um que a mídia contribui significativamente para processos
de responsabilização, reconstrução e reconciliação.
Definitivamente, o aumento da violência contra jornalistas é um verdadeiro
trágico testemunho da importância da mídia para as democracias modernas.
A segurança dos jornalistas é uma questão que afeta a todos nós. Cada agressão
contra um jornalista é um ataque a nossas liberdades fundamentais. Liberdade
de imprensa e liberdade de expressão não podem ser desfrutadas sem segurança
básica.
No Dia Mundial de Liberdade de Imprensa, precisamos prometer fortalecer nossos
esforços para assegurar a segurança do jornalista. Eu convoco, em especial
todas as autoridades públicas e governamentais, para dar fim à cultura da
impunidade que cerca a violência contra jornalistas.
Os governos devem exercer sua responsabilidade de garantir que os crimes
contra profissionais da imprensa sejam investigados e produzam processos na
Justiça.
Relação íntima
Hoje também é uma ocasião para reconhecer o progresso atingido na proteção
da liberdade de imprensa. A UNESCO comemora a resolução recente das Nações
Unidas, condenando ataques a jornalistas em situações de conflito. Essa resolução
representa uma vitória para a campanha contra a impunidade, e para aqueles
comprometidos em proteger a independência e os direitos dos trabalhadores
da mídia.
Precisamos aproveitar esse momento para criar uma cultura de segurança dentro
da mídia.
Enquanto celebramos o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa devemos refletir
sobre maneiras de propagar valores que respeitem o papel vital da mídia na
promoção da paz, da democracia e do desenvolvimento sustentável.
Devemos celebrar os profissionais da mídia que perderam as suas vidas, e
honrar aqueles que nos trazem informações apesar dos perigos e riscos.
Acima de tudo, devemos compreender a relação íntima entre garantir a segurança
dos jornalistas e a realização de nossas próprias liberdades.
A nossa habilidade de agir como cidadãos informados do mundo depende de uma
mídia que possa trabalhar livremente e de maneira segura.
Fonte: www.observatoriodaimprensa.com.br
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