Padre Marcelo Rossi é proibido pela justiça de comercializar ‘Ágape’, seu livro mais famoso
Liminar
deferida pelo desembargador Gilberto Campista Garino, da 14ª Vara Cível
do Rio, proíbe o padre, cantor e escritor, Marcelo Rossi, de 51 anos,
de comercializar, a partir de hoje, o livro Ágape, sua obra mais famosa.
Gilberto acatou os argumentos da escritora carioca, Izaura Garcia, de
62 anos, através das advogadas Carolina Miraglia e Mariana Sauwen, do
escritório Miraglia & Sauwen, de que o sacerdote, um dos expoentes
da Igreja Católica nacional, a plagiou em um texto. A informação foi
dada na última sexta-feira pelo jornalista Alessandro Lo-Bianco, no Programa
A Tarde é Sua, pela Rede TV. O desembargador proibiu religioso
de publicar, comercializar e distribuir o livro.
“Tudo bem
ponderado, defiro parcialmente a tutela provisória de urgência, a fim de
que os agravados suspendam a publicação, distribuição e venda de
exemplares da obra Ágape, até que comprovem a retificação de autoria do
texto “Perguntas e Respostas – Felicidade! Qual é?”, nela veiculado,
atribuindo-o corretamente à agravante (Izaura Garcia), ou até que o
suprimam, sob pena de multa equivalente ao dobro do valor comercial de
cada exemplar publicado, distribuído e/ou vendido (dependendo do tipo de
material da capa, o livro custa entre R$ 14 e R$ 70 no comércio), na
forma do art. 537, caput da Lei Federal n.º 13.105/2015”, escreveu o
desembargador no seu despacho, que o DIA teve acesso.
A
defesa de Marcelo Rossi e da Editora Globo Livros informou que só
haverá pronunciamento sobre o assunto depois que ambos forem
notificados. Para a advogada Carolina Miraglia, a decisão de Gilberto
Campista Garino, é mais do que justa em relação ao processo, no qual,
com base na Lei de Direitos Autorais, a causa chega a R$ 53 milhões
“É
preciso deixar bem claro que não foi Izaura que pediu esse valor.
Trata-se de lei, que tem que ser cumprida. Além disso, algumas críticas
alegando que minha cliente quer supostamente ganhar dinheiro à custas do
padre, não procedem. Porque foi Marcelo Rossi que ganhou dinheiro, e
muito, a ponto de construir um templo, com o único texto que consta no
livro, essencialmente de passagens bíblicas, de autoria de Izaura. Na
verdade, Marcelo Rossi enganou todos os seus leitores, no mundo
inteiro”, justificou Carolina.
Izaura disse estar mais esperançosa
de que “justiça plena” seja feita agora. “Sempre confiei que a justiça
não se sucumbiria à força e ao dinheiro da outra parte. Confio em Deus e
na competência do nosso judiciário”, afirmou.
Outros processos
O
sacerdote, que já respondeu a outros dois processos por supostos
plágios, não comenta o assunto. Izaura provou, conforme o DIA revelou
com exclusividade, que o texto ‘Perguntas e Respostas, Felicidade qual
é?’, que consta em Ágape, lançado pelo sacerdote em 2010, é de sua
autoria. Na obra, porém, é atribuído a Madre Teresa de Calcutá. Os R$ 53
milhões indenização é equivalente, de acordo com a lei, a 20% da venda
de 10 milhões de exemplares, em 30 países.
O inquérito contra
Rossi foi encaminhado ao MP em novembro do ano passado, mas o órgão
solicitou duas novas diligências: uma, de ouvir o padre sobre o assunto,
e outra, sigilosa, envolvendo documentos. Em julho de 2017, o líder
católico foi acusado de plagiar texto do carioca Ronaldo Siqueira da
Silva, de 58 anos, no livro ‘O Eremita Urbano’, conforme o DIA noticiou
também com exclusividade na época. No caso de Izaura, o plágio foi
constatado por ela numa livraria, sem querer.
“Além de registro em
cartório, o meu texto (entre os 100 mais fraternos do mundo, segundo
sites especializados) foi publicado em 2002 no livro ‘Nunca Deixe de
Sonhar’, meu e de outros autores. Fiz um acordo em 2013 com a Editora
Globo Livros, não cumprido na íntegra”.
Pelo acordo, ela recebeu
R$ 25 mil de adiantamento pelo lançamento de seu livro
‘Diabetes.com.saúde’, em 2013, pela mesma editora, que se comprometeu a
colocar o seu nome nas outras edições de ‘Ágape’. “Na última edição
(2015), nada mudou. Até hoje não me deram balanço ou pagamento da venda
do meu livro sobre diabetes”. “O não cumprimento do acordo foi uma
espécie de confissão de culpa desse processo todo”, atenta a
advogada Mariana Sauwen.
Izaura conta que se encontrou com Rossi
há dois anos, numa feira de livros. “Ele apenas me abençoou e disse que
Deus fecha uma porta, mas abre outras. Fiquei estarrecida com tamanha
frieza”, lembra.
Fonte: O Dia
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