Herança de R$ 70 milhões motivou morte de empresário; genro nega participação
A
morte do empresário da construção civil Arnóbio Ferreira Nunes, 77
anos, está relacionada ao seu patrimônio avaliado em R$ 70 milhões,
segundo investigação da Polícia Civil. O genro da vítima foi preso nesta
quinta-feira (07), suspeito de planejar o homicídio. Outras seis
pessoas que integrariam o grupo também foram presas.
De acordo com
o delegado Aldroville Grisi, o suspeito de ser o mentor intelectual do
crime, Antônio Cícero, genro do empresário, por ser uma pessoa influente
na família não queria perder o controle das negociações na formatação
de um inventário da partilha dos bens.
Conforme o delegado, no
celular dele foram encontradas hoje várias ligações para Carlos Rogério
da Silva, acusado de homicídio e apontado como responsável por articular
a contratação do executor do crime.
“Ele era uma pessoa que
estava a frente de todos o autos. Ele não queria perder o controle dessa
situação. Além do mais, temos provas que ele tinha uma divida muito
extensa com a vítima”, destacou.
De acordo com o delegado, a
esposa de Antônio Cícero, filha da vítima, também será ouvida e
interrogada apesar de ter afirmado que nunca desconfiou da articulação
do marido. “Temos que manter os olhos abertos sobre ela. Também será
ouvida, interrogada e daremos prosseguimento ao processo que não se
encerra agora”, afirmou.
Em
todos os momentos Antônio Cícero negou participação no crime e disse
que não tinha dívidas com o sogro. Ele considerou a ação da Polícia
Civil um “circo montado”.
“O delegado vai ver nas investigações
finais e a Justiça vai provar. Eu não tenho nada com isso. Eu não devo.
Pode verificar minha vida. Muito pelo contrário”, destacou.
O
crime aconteceu no dia 24 de novembro do ano passado durante um suposto
assalto em Manaíra quando o construtor chegava ao escritório de sua
empresa. Imagens de câmeras de segurança mostram toda a ação do
criminoso, que chegou ao local em uma motocicleta.
Além de Antônio
Cícero, outras seis pessoas foram presas hoje por ligação com o crime
como apoio logístico e recebimento de parte do dinheiro pago para a
morte do empresário.
Entre os presos hoje estão: Cícero Antônio da
Cruz Almeida (genro do empresário), José Ailton da Silva
Constantino, Carlos Rogério da Silva Pereira, Raquel Ferreira
Fernando, José Ricardo da Silva Inocêncio, Cristiane Pinheiro da
Silva, Débora Regina Maria de Souza.
Arnóbio Ferreira Nunes foi
assassinado no dia 24 de novembro do ano passado, quando chegava ao
escritório da sua empresa. O responsável pelo crime chegou ao local em
uma motocicleta e efetuou disparos contra o empresário, que morreu no
local. Câmeras de segurança registraram todo o crime.
Veja a participação de cada um dos suspeitos (segundo a Polícia Civil):
Cícero Antônio da Cruz Almeida (genro do empresário): mentor;
José Ailton da Silva Constantino: associado no crime como suporte logístico. É aponto como ‘braço direto’ de Carlos Rogério;
Carlos
Rogério da Silva Pereira: acusado de quatro homicídios, ficava em
contato direto com o mandante. É apontado como responsável por articular
a contração do executor do crime. Fugiu após o crime e colocou a esposa
para articular repasses financeiros;
Raquel Ferreira Fernando:
esposa de Carlos Rogério, ela fazia contatos pessoais com Débora Regina,
ex-esposa de Josivaldo, o executor do crime;
José Ricardo da Silva Inocêncio: esposo de Cristiane, ele atuou no suporte logístico do crime;
Cristiane Pinheiro da Silva: esposa de José Ricardo,ela recebeu valores para repassar para Josivaldo e garantir o seu silêncio;
Débora
Regina Maria de Souza: esposa de Josivaldo. Ela exigiu dinheiro de
Carlos Rogério para modificar seu depoimento testemunhal.
A investigação
O
delegado revelou que as investigações começaram a avançar com a prisão
do autor de efetuar o disparo, identificado como Josivaldo, no dia 18 de
abril deste ano. O autor da morte do empresário começou a pressionar
Cícero Antônio para liberar mais dinheiro para poder pagar os honorários
advocatícios e outros custeios da família por está fora de circulação.
“Com
medo de ser preso, Cícero Antônio passou a pagar mais dinheiro. Isso
fez com que estimulasse os investigados a terem mais contatos e com que
recebêssemos mais informações e somássemos provas para os autos do
inquérito”, destacou.
Suspeito tentou confundir a polícia
O
interesse do suspeito de ser o mentor intelectual do crime pela
apuração do caso levou a polícia a desconfiar de Antônio Cícero. Ele
chegou até a levantar suspeita sobre um concunhado para desviar o foco
da polícia sobre ele.
“Com o sogro ainda na pedra do IML ele veio
várias vezes na delegacia muito interessado e dando várias linhas de
investigação, sempre desvirtuando da pessoa dele. Chegou até a comentar
na Delegacia da Mulher que um concunhado seria o suspeito. Ele mesmo
colocando para a polícia que poderia se tratar de um crime encomendado
pela família, apontando um possível mandante e tirando o foco das
investigações dele mesmo”, revelou.
Dinheiro de morte construiu piscina
Parte
do dinheiro pago com a morte do empresário foi utilizado para
construção de uma piscina e reforma de casa. De acordo com o delegado, o
fato foi constatado na residência de um dos suspeitos.
“Esse
valor já foi pago. Nós já constatamos o investimento dele na residência
do Carlos Rogério. Presenciamos benfeitorias, como a construção de uma
piscina e reforma dentro da casa”, destacou.
Veja vídeo do delegado:
Veja entrevista com o suspeito:
Roberto Targino e Albemar Santos – MaisPB
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