Governo quer multas de até R$ 100 mil por hora aos donos de transportadoras para conter greve
Depois
de uma reunião do presidente Michel Temer com oito ministros neste
sábado, o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, disse que o
governo está convencido de que há um locaute (greve das empresas) e que
será aplicada multa de R$ 100 mil por hora aos donos de transportadoras
que não voltarem ao trabalho. Afirmou ainda que foram pedidos mandados
de prisão em alguns casos onde as investigações comprovaram esse tipo de
comportamento dos empresários.
Marun disse Temer está muito
preocupado com a situação dos hospitais e, por isso, os caminhoneiros de
insumos para a área da Saúde que não voltarem às atividades também
serão multados. Mas, o governo avaliou que a situação continua grave.
Depois de três horas de reunião, o Palácio do Planalto não divulgou
dados atualizados sobre os desbloqueios e nem sobre os aeroportos em
funcionamento, num exemplo de que os dados ainda não são positivos como o
governo previa que aconteceria desde a instituição da chamada Garantia
da Lei de da Ordem (GLO), após quase 24 horas do anúncio do uso das
Forças Armadas.
Em função da liminar concedida pelo Supremo
Tribunal Federal (STF), o governo começa a aplicar multas no valor de R$
100 mil por hora parada para os donos de transportadores que não
voltarem ao trabalho. Temos a convicção de que existe o locaute. Os
empresários suspeitos serão intimados, segundo informou direto-geral da
Polícia Federal já existem pedidos de prisão – disse Marun.
Locaute
No
locaute, os patrões agem em razão dos próprios interesses e não das
reivindicações dos trabalhadores e se recusam a ceder aos empregados os
instrumentos para que eles desenvolvam seu trabalho, impedindo-os de
exercer a atividade.
Cobrado sobre os números da atuação das
Forças Armadas, Marun disse apenas que um balanço será divulgado no
final da tarde deste sábado. Num sinal de que a situação é grave, o
ministro fez um apelo aos caminhoneiros para que voltem a trabalhar.
–
O acordo estabelece trégua, e renovamos o apelo aos donos de
transportadores e caminhoneiros no sentido que retomem suas atividades –
disse Marun, citando a palavra “apelo” várias vezes.
Marun
afirmou ainda que o governo reconhece que havia justiça na pauta
apresentada pelos caminhoneiros e, por isso, aprovou as reivindicações e
fez o acordo. (Entenda o ponto a ponto do acordo entre governo e
representantes do setor de transporte)
Segundo Marun, Temer está
muito preocupado com a situação em hospitais e pediu providências
especiais neste caso. Segundo o ministro, os caminhoneiros que estiverem
transportando insumos da área da Saúde também serão responsabilizados
se continuarem parados.
– O que preocupou sobremaneira o
presidente Temer hoje é na situação da Saúde. Não obstante tenhamos os
principais hospitais do país em funcionamento, os estoques são
diminutos. Já foi determinada a aplicação de multa em caminhões que
estejam transportando insumos na área da Saúde. O presidente está muito
preocupado com a questão de vidas humanas – disse o ministro.
Mas,
o ministro não tratou do valor de multa para os caminhoneiros. Escalado
para falar após a reunião, Marun deu dados genéricos sobre o que está
ocorrendo. Segundo ele, as termelétricas de Roraima e Rondônia já estão
sendo abastecidas. No caso dos aeroportos, estão funcionando os de
Congonhas, Guarulhos, Viracopos, Porto Alegre, Galeão, Santos Dumont. A
situação é pior no Aeroporto de Brasília, que já cancelou mais de 40
voos por falta de combustível.
“Temos ainda situação graves na questão do abastecimento, que pretendemos normalizar no dia de hoje”, admitiu ele.
De
acordo com o último balanço do Ministério da Defesa, de sexta-feira
para sábado, 132 pontos que estavam bloqueados nas rodovias pelo país
foram liberados pela PRF com apoio das Forças Armadas até meia noite e
diz respeito ao resultado obtido desde o início da operação conjunta com
as Forças Armadas. Entretanto, outros 387 permanecem com algum tipo de
retenção. Este é o sexto dia da greve de caminhoneiros contra o aumento
do preço do diesel.
O governo editou um decreto de Garantia da Lei
e da Ordem (GLO) em todo o território nacional, para auxiliar na
liberação de rodoviais ocupadas por caminhoneiros. A medida, que valerá
até o dia 4 de junho, atende a um pedido feito pelo comando do Exército.
Extra
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