Brasil no banco de dados mundial sobre hipertensão com objetivo das pessoas medirem sua pressão
Uma
força-tarefa de 600 médicos de todo o país vai montar um banco de dados
da pressão arterial do brasileiro. A iniciativa faz parte da campanha
mundial de aferição da pressão arterial (PA), promovida pela Sociedade
Internacional de Hipertensão (ISH, do nome em inglês), e chama a atenção
para o Dia Mundial de Combate à Hipertensão, comemorado hoje (17). O
esforço se estenderá durante todo o mês de maio. O resultado será
encaminhado para a ISH e vai compor um levantamento global que será
divulgado pela entidade estrangeira durante congresso que ocorrerá em
setembro deste ano, em Pequim, China.
O banco de dados brasileiro é
elaborado pela Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH) e o
Departamento de Hipertensão Arterial da Sociedade Brasileira de
Cardiologia (DHA/SBC), com apoio da Servier, que financia a elaboração
dos bancos de dados em todo mundo.
O coordenador da campanha
“Maio, o Mês da Medida de Pressão” (MMM18) no Brasil e também presidente
da Sociedade Latino-Americana de Hipertensão (LASH, do nome em inglês),
cardiologista Eduardo Costa Duarte Barbosa, revelou que a força-tarefa
visa fazer uma fotografia da hipertensão no Brasil e do perfil dos
doentes no país. No ano passado, foram avaliados 7 mil brasileiros. Este
ano, Barbosa disse àAgência Brasil que a meta é atingir pelo menos 20 mil pacientes, com probabilidade de chegar até 30 mil pessoas.
Mudança de Foco
Este
ano, a campanha mudou o seu foco. Se nos anos anteriores, o foco sempre
foi orientar a população sobre os perigos da hipertensão, este ano o
objetivo é que as pessoas meçam a sua pressão e conheçam o valor dela
“para daí, então, se estiver alterada, acima de 120 por 80, ou 12 por 8,
procurar o médico”, indicou o presidente da LASH. “O foco da campanha
mudou um pouco. Se antes era focada mais em orientação, agora é focada
em verificação”.
A pressão 120 por 80 é considerada ótima. Acima
de 140 por 90, a pessoa já é hipertensa. Entre 12 por 8 e 14 por 9, ela
já é considerada pré hipertensa “e 80% delas, em um ano, vão estar
hipertensas”, afirmou o cardiologista.
Estatísticas
Atualmente,
32% da população adulta brasileira, ou o equivalente a 36 milhões de
indivíduos, têm hipertensão. Desses 36 milhões, somente 50% sabem que
são hipertensos, dos quais apenas 50% se tratam. Eduardo Barbosa
destacou que dessa parcela que se trata, só 50% têm a pressão
controlada.
Salientou também o impacto econômico da doença.
Trabalho da Organização Mundial da Saúde (OMS) revela que a hipertensão
provoca o maior impacto no mundo, independente da situação econômica do
país. No Brasil, a perda de produtividade no trabalho e de renda
familiar totalizou US$ 4 bilhões no período de 2006 a 2015.
“Só em
2013, foram 1,2 milhão de óbitos, dos quais 340 mil decorrentes de
doenças cardiovasculares, onde a hipertensão é o maior fator de risco.
Em cada três brasileiros adultos, um é hipertenso”, informou o
especialista.
AgênciaBrasil
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