Tiroteio na Flórida ontem traz debate sobre porte de armas nos Estados Unidos
Apesar de ter divulgado um vídeo de ódio na internet ameaçando um massacre, o atirador Nikolas Cruz não foi investigado pela polícia - Broward County Sheriff/Handout via REUTERS |
O
governador da Flórida, o republicano Rick Scott, pediu nesta
quinta-feira (15) uma “conversa verdadeira” para que armas não cheguem
nas mãos de pessoas como Nikolas Cruz, que matou pelo menos 17 pessoas
ontem em uma escola na cidade de Parkland, no sudoeste do estado, armado
com um fuzil e vários carregadores de munição.
Em uma coletiva de
imprensa, Scott disse que está prevista para a próxima semana uma
reunião com legisladores estaduais, de maioria republicana, para que
“estes tipos de indivíduos não tenham estas armas”, numa referência ao
atirador. “Não podemos perder outros jovens por violência nas escolas”,
lamentou o governador.
“Assassinato premeditado”
Cruz,
de 19 anos, comparecerá à corte do condado de Broward, na qual
enfrentará 17 acusações de “assassinato premeditado”, explicou na mesma
coletiva de imprensa o chefe de polícia, Scott Israel. Ele disse que “é
momento de salvar vidas”, e pediu que qualquer pessoa que veja indícios
em redes sociais ou em conhecidos sobre atitudes suspeitas deve alertar o
FBI.
O agente do FBI, Rob Lasky, disse que em setembro de 2017
examinaram uma denúncia sobre as mensagens de ódio de Cruz em um vídeo
no YouTube, onde ele assinalava que se transformaria em um “atirador
escolar profissional”. No entanto, Lasky afirmou que nesse momento não
puderam identificar o usuário, ainda que ele utilizasse o nome
verdadeiro de Nikolas Cruz.
Direito de ter armas
Numa
outra vertente do debate, o presidente da Câmara dos Representantes dos
Estados Unidos, o republicano Paul Ryan, argumentou nesta quinta-feira
(15) que o “terrível tiroteio” de ontem em uma escola da Flórida, “não
pode ameaçar o direito dos cidadãos de possuir armas”.
“Não
acredito que devemos levantar o debate para retirar os direitos dos
cidadãos. Neste momento acho que precisamos respirar e coletar os
fatos”, disse Ryan em uma entrevista concedida na manhã de hoje. Ele
disse que, antes de tomar medidas, é necessário saber quais leis foram
violadas e quais foram as motivações que levaram o ex-aluno Nikolas
Cruz, de 19 anos, a perpetrar o massacre.
Ryan não hesitou em
defender o atual governo do país, que foi criticado por não mostrar uma
postura mais firme sobre o controle de armas ao longo do primeiro ano de
mandato, marcado por massacres como o de Las Vegas, que em outubro
passado deixou 59 mortos, e os 17 tiroteios em escolas já ocorridos em
2018. O atirador de Las Vegas tinha um total de 42 armas.
“Não é
como se nada tivesse sido feito para fazer cumprir as leis, ou como se
não tivéssemos feito o necessário para evitar que pessoas más – que não
devem adquirir armas – comprem pistolas”, justificou o presidente da
Câmara de Representantes.
Na manhã desta quinta-feira, o
presidente Donald Trump utilizou sua conta pessoal no Twitter para se
referir ao tiroteio na Flórida e pedir aos cidadãos que “relatem às
autoridades quando detectarem um comportamento errático” como o mostrado
por Cruz.
Agência Brasil
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