Se intervenção no Rio de Janeiro não der certo, governo não deu certo, afirma Temer
Temer reforçou a necessidade da aprovação da reforma da Previdência para o equilíbrio das contas públicas e disse que o tema saiu da pauta legislativa, mas não da pauta política do país
Temer negou que a intervenção tenha pretensões eleitorais. “É uma jogada de mestre, mas não é eleitoral”, disse - (Foto: Reprodução/jornaldealagoas) |
O presidente Michel Temer disse hoje (23) que se a
intervenção federal na segurança pública no Rio de Janeiro não der
certo, o governo não deu certo.
“Se não der certo, não deu certo o governo, porque o comandante
supremo das Forças Armadas é o presidente da República. De modo que as
Forças Armadas nada mais fizeram do que obedecer o comando do seu
comandante supremo. Se não der certo, foi o governo que errou, não foram
as Forças Armadas”, disse em entrevista à Rádio Bandeirantes.
Intervenção total
Na entrevista, Temer disse que o governo federal chegou a cogitar uma
intervenção total no Rio de Janeiro. Mas, segundo o presidente, a uma
medida era “muito radical” e, por isso, foi descartada.
Temer explicou que em uma intervenção total o governador pode ser
afastado. Ele foi questionado pelo jornalista José Luiz Datena se isso
foi cogitado. “Claro, foi cogitado num primeiro momento, mas logo
afastei a ideia por que seria uma coisa muito radical, e logo refutei. E
refutando ficamos com a conclusão de que deveríamos intervir na área da
segurança pública e no sistema penitenciário”.
Temer disse que ele e ministros conversaram com o governador do Rio
de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, que concordou com a intervenção na área
de segurança pública. O presidente destacou que não se trata de uma
intervenção militar, mas sim civil. “É uma intervenção civil,
administrativa, com a presença dos militares”.
Temer disse ter “absoluta convicção” de que a intervenção “dará certo”. “É um jogo de alto risco, mas é um jogo necessário”.
Fim eleitoral
Temer negou que a intervenção tenha pretensões eleitorais. “É uma jogada de mestre, mas não é eleitoral”, disse.
Eleição 2018
Questionado diretamente se pretende ser candidato à reeleição no
pleito de outubro, Temer negou. “Não. Tenho dito reiteradamente, em
política, as circunstâncias é que ditam a conduta e as circunstâncias
atuais ditam a minha conduta. Eu não sou candidato”.
Criação de imposto
Perguntado se haverá a criação de um imposto para financiar a área de
segurança pública, Temer negou. “Não haverá imposto nenhum sobre
segurança. Não há essa intenção no governo. Isso já foi declarado pelos
nossos ministros e agora declaro publicamente”.
Reforma da Previdência
Temer reforçou a necessidade da aprovação da reforma da Previdência
para o equilíbrio das contas públicas e disse que o tema saiu da pauta
legislativa, mas não da pauta política do país.
“Não haverá candidato à presidente da República, a governador,
senador, deputado federal que não vai ser questionado sobre sua posição
em relação à Previdência”. No último dia 19, o ministro da Secretaria de
Governo, Carlos Marun, afastou a possibilidade de votação da reforma da
Previdência enquanto durar a intervenção federal na segurança pública
do estado do Rio de Janeiro. O decreto de intervenção prevê que a medida
dure até o dia 31 de dezembro de 2018.
Agência Brasil
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