domingo, 18 de fevereiro de 2018

Cura do Alzheimer

Pesquisadores dão passo incrível em direção à cura do mal de Alzheimer

Pesquisadores acabaram de concluir com sucesso um teste que eliminou completamente o Alzheimer de cobaias. A equipe, formada por pesquisadores do Cleveland Clinic Lerner Research Institute, nos EUA, descobriu que o fim gradual de uma enzima chamada BACE1 inverte completamente a formação de placas amilóides no cérebro de camundongos com doença de Alzheimer, melhorando assim a função cognitiva dos animais. O estudo levanta a esperança de que as drogas que visam esta enzima possam tratar com sucesso a doença em seres humanos.
Um dos primeiros efeitos causados pelo mal de Alzheimer é um acúmulo anormal do peptídeo beta-amilóide, que pode formar grandes placas amilóides no cérebro e interromper a função das sinapses neuronais. Também conhecido como beta-secretase, o BACE1 ajuda a produzir o peptídeo beta-amilóide através da divisão da proteína precursora amilóide (APP).
A princípio, parece algo fácil de resolver: é apenas criar alguma droga que iniba a produção do BACE1. Mas não é tão simples assim.
Drogas que inibem o BACE1 estão realmente sendo desenvolvidas como potenciais tratamentos contra a doença de Alzheimer, mas, como o BACE1 controla muitos processos importantes, dividindo proteínas além da APP, essas drogas podem ter sérios efeitos colaterais – camundongos que ficam completamente sem BACE1 em testes sofrem defeitos graves de desenvolvimento neurológico.
Diminuição com o tempo
Os pesquisadores queriam descobrir se a inibição de BACE1 em adultos já formados poderia ser menos prejudicial. Para isso, eles geraram ratos que gradualmente perdem essa enzima à medida que envelhecem. Estes ratos desenvolveram-se normalmente e pareciam permanecer perfeitamente saudáveis ​​ao longo do tempo.
Os pesquisadores então cruzaram estes roedores com ratos que começam a desenvolver placas amilóides e a doença de Alzheimer quando têm 75 dias de idade. Os filhotes desta combinação de ratos também passaram a formar as placas com a mesma idade, mesmo que seus níveis de BACE1 fossem aproximadamente 50% inferiores ao normal. No entanto, surpreendentemente, as placas começaram a desaparecer à medida que os ratos continuavam envelhecendo e perdendo BACE1. Aos 10 meses de idade, os camundongos não possuíam mais as placas no cérebro.
“Pelo que sabemos, esta é a primeira observação de uma inversão tão dramática da deposição amilóide em qualquer estudo com modelos de ratos da doença de Alzheimer”, diz Riqiang Yan, próximo presidente do departamento de neurociência da Universidade de Connecticut, nos EUA.
Ponto negativo
A diminuição da atividade de BACE1 também resultou em menores níveis de peptídeos beta-amilóides e reverteu outras características da doença de Alzheimer, como a ativação de células microgliais e a formação de processos neuronais anormais. A perda de BACE1 também melhorou a aprendizagem e a memória de camundongos com doença de Alzheimer.
No entanto, nem tudo foi perfeito. Quando os pesquisadores fizeram registros eletrofisiológicos de neurônios desses animais, eles descobriram que o esgotamento de BACE1 apenas restaurou parcialmente a função sináptica, o que sugere que o BACE1 pode ser necessário para a melhor atividade sináptica e cognição.
“Nosso estudo fornece evidências genéticas de que a deposição de amilóide pré-formada pode ser completamente revertida após a remoção sequencial e aumentada de BACE1 no adulto”, diz Yan. “Nossos dados mostram que os inibidores de BACE1 têm o potencial de tratar pacientes com doença de Alzheimer sem toxicidade indesejada. Estudos futuros devem desenvolver estratégias para minimizar os comprometimentos sinápticos decorrentes da inibição significativa de BACE1 para alcançar benefícios máximos e otimizados para pacientes com Alzheimer”. 
[Science Daily] - Por Jéssica Maes

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