“Cultivem a própria diversidade cultural”, pede o Papa Francisco aos latino-americanos
Foto: Alberto Pizzoli/AFP |
O
papa Francisco pediu nesta terça-feira (12) aos latino-americanos que
“cultivem a própria diversidade cultural” e não se deixem “colonizar
ideologicamente”, durante a missa que celebrou na Basílica de São Pedro
pelo dia de Nossa Senhora de Guadalupe.
Trata-se
da sexta missa que um papa celebra no Vaticano pela chamada Imperatriz
da América, padroeira de todo o continente, cuja festa é comemorada em
12 de dezembro.
Em
uma basílica cheia de fiéis latino-americanos que moram em Roma, o papa
argentino presidiu a missa junto com dezenas de sacerdotes e marcada
pela música.
O
grupo “Domenico Zipoli Ensemble” interpretou um repertório de
composições criadas na América do Sul por missionários jesuítas durante
os séculos XVII e XVIII.
A
missa foi celebrada no dia de Nossa Senhora de Guadalupe, considerada a
protetora de seus povos, e constitui um reconhecimento à história dos
católicos nesse continente.
“Ela
é sinal da grande riqueza que somos convidados a não só cultivar, como
também a defender valentemente de toda tentativa homogeneizadora,
especialmente nesses tempos”, disse o papa durante a homilia.
Francisco
advertiu que ao homogeneizar a cultura, “acabam impondo, sob slogans
atraentes, uma única maneira de pensa, ser, sentir e viver”, afirmou.
“Acabam
por invalidar ou esterilizar tudo o que foi herdado de nossos
ancestrais, o que afeta também os nossos jovens, que se sentem pouco por
pertencer a uma ou outra cultura”, explicou ante muitos migrantes
latino-americanos.
O
papa lamentou que “nossas comunidades indígenas e afro-americanas em
muitas ocasiões não costumem ser tratadas com dignidade e igualdade de
condições”.
Também
denunciou o tratamento e a exclusão que sofrem “pobres, desempregados,
migrantes, deslocados, camponeses sem terra, os que buscam sobreviver na
economia informal; os meninos e meninas submetidos à prostituição
infantil, ligada muitas vezes ao turismo sexual”, afirmou.
Em
sua homilia, o primeiro pontífice latino-americano da história
ressaltou as particularidades da imagem da Virgem mexicana, “de pele
morena (…), sustentada por um anjo com asas de quetçal, pelicano e
arara, a mãe capaz de tomar as faces de seus filhos para fazê-los sentir
parte de sua bênção”, explicou.
G1
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