Justiça de São Paulo nega pedido de indenização a fotógrafo cego com tiro em manifestação
Justiça
de São Paulo negou mais uma vez os pedidos de indenização do fótografo
Sérgio Silva, que ficou cego de um olho em uma manifestação em junho de
2013. O recurso do fotógrafo foi julgado em segunda instância nesta
quarta-feira (29) no Palácio da Justiça, na região central de São Paulo.
Em
agosto de 2016, em primeira instância, o pedido já havia sido negado. O
juiz Olavo Zampol Junior alegou que o fotógrafo assumiu os riscos de
seu ofício “ao se colocar entre os manifestantes e a polícia”. Na
época, Sérgio disse ao G1 o juiz “transformou a vítima em culpado”.
O
fótografo pede R$ 1,2 milhão de indenização por danos morais, estéticos
e materiais, além de uma pensão vitalícia de R$ 2,3 mil porque alega
que não consegue mais exercer a profissão da mesma maneira.
Silva
trabalhava na cobertura de um protesto quando foi atingido no olho
esquerdo por uma bala de borracha disparada pela Polícia Militar.
Histórico
No
dia 14 de junho de 2013, Sérgio Andrade da Silva cobria um ato contra o
aumento na tarifa dos transportes. O protesto começou por volta das 17h
em frente ao Theatro Municipal, no Centro de São Paulo.
Além
de Sérgio, sete repórteres do jornal “Folha de S.Paulo” foram atingidos
no protesto, entre eles Giuliana Vallone e Fábio Braga, que levaram
tiros de bala de borracha no rosto. Um cinegrafista foi atingido com
spray de pimenta também no rosto por um policial.
Os
manifestantes, cerca de 5 mil segundo estimou a PM à época, usavam
máscaras e narizes de palhaço. “Não aguentamos mais sermos explorados”,
dizia uma das faixas. A Cavalaria da PM uniu-se ao Choque na Rua Maria
Antônia, onde começaram os confrontos. A Universidade Mackenzie, que
fica na esquina, fechou as portas.
Segundo
o major da PM Lídio, o acordo era para que os manifestantes não
subissem em direção à avenida Paulista, o que não foi cumprido. “Se não é
para cumprir acordo, aguentem os resultados”, disse à impresa na
ocasião.
G1
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