Juiz Sérgio Moro manda hospital provar que advogado de Lula foi hospitalizado
Moro deu o prazo de cinco dias para que o hospital informe os registros de internação
O juiz federal Sergio Moro mandou, nesta terça-feira (17) que o
Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, apresente eventuais registros de
internação ou tratamento do advogado do ex-presidente Lula, Roberto
Teixeira. A apuração se refere ao processo no qual Lula é acusado de
receber propinas por meio do uso de apartamento vizinho ao do petista em
São Bernardo do Campo (SP).
Moro deu o prazo de cinco dias para que o hospital informe os registros
de internação de Teixeira no segundo semestre de 2015. O intuito é
averiguar o depoimento do empresário Glaucos Costamarques, suspeito de
ter atuado como laranja na aquisição do apartamento. Costamarques afirma
que só passou a receber os aluguéis do apartamento ao final de 2015. A
defesa de Lula enviou à Justiça 26 recibos de aluguel, com o objetivo de
comprovar os pagamentos.
Segundo o empresário, todos os recibos foram assinados no mesmo dia,
quando estava internado. Após a visita do advogado de Lula, o contador
João Leite teria ido ao hospital recolher sua assinatura. Teixeira
afirma ter conversado com Costamarques no saguão do Sírio-Libanês no
final de 2015, mas negou ter discutido pagamentos de aluguéis. Teixeira
também negou ter falado sobre aluguéis com Lula, pois ele é apenas amigo
e advogado de Lula.
A defesa de Lula nega que o contador João Leite tenha prestado serviços
para o ex-presidente que a a empresa JML, da qual João Leite Muniz é
proprietário, prestava "serviços eventuais" de imposto de renda a ele e à
ex-primeira-dama Marisa Letícia, falecida em fevereiro.
O MPF (Ministério Público Federal) questiona a autenticidade dos
recibos entregues pela defesa de Lula, e o juiz Moro pediu que os
advogados informassem se detinham os recibos originais. Nesta quarta, a
defesa do ex-presidente disse que vai entregá-los na presença de um
perito.
Brasil 247
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