Ministério Público Federal e Polícia Civil desarticulam quadrilha que desviou mais de R$ 2 milhões
Vítimas eram correntistas de contas bancários no Rio de Janeiro
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O Ministério Público Federal no Rio de Janeiro e a Polícia
Civil deflagraram hoje (9) uma operação para prender 33 integrantes de
uma quadrilha comandada por hackers que furtava correntistas de bancos
em todo o país, em operações que chegaram a movimentar cerca de R$ 2
milhões irregularmente ao longo dos nove meses de investigações.
A operação, batizada de Open Doors (portas abertas, em tradução do
inglês), teve por objetivo também o cumprimento de 52 mandados de busca e
apreensão na região sul fluminense, principalmente nas cidades de
Resende, Volta Redonda e Barra Mansa.
Segundo informações do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime
Organizado (Gaeco) do Ministério Público, até o início desta manhã já
haviam sido cumpridos 27 mandados de prisão. Na operação, mais duas
pessoas foram detidas em flagrante por porte de munições.
As investigações do Gaeco constataram que a quadrilha fez centenas de
transferências bancárias ilegais, subtraindo dinheiro de correntistas
de todo o Brasil.
Esquema
Ainda segundo as investigações, a organização criminosa agia
primeiramente com a atuação dos hackers, que burlavam a segurança
bancária para obter acesso a dados de titulares de contas bancárias,
como senhas, CPF, número de agência e conta, nome completo do titular e
dependentes.
De posse dessas informações, os envolvidos no esquema solicitavam a
outros membros da quadrilha, chamados de “cabeças”, que lhes fornecessem
as contas de “laranjas” para que pudessem direcionar o dinheiro
subtraído das vítimas para futuro saque em espécie.
Segundo o MPRJ, o grupo tinha uma “janela” de poucas horas para
efetuar os saques das contas sem que a transação fraudulenta fosse
percebida pelos sistemas de segurança dos bancos. “Para que o esquema
funcionasse, os laranjas eram acompanhados pelos aliciadores até a
entrada da agência bancária para efetuar os saques na hora determinada
pelos hackers”, informou o MP.
Partilha
De acordo com os investigadores, o dinheiro era repartido entre todos
os níveis da quadrilha. “O hacker ficava com 50%, o cabeça com 25%, o
aliciador com 15% e o laranja com 10%”.
O Gaeco vai dar sequência às investigações para chegar aos líderes da
organização, uma vez que eles não mantinham contato com os demais
membros, exceto com os cabeças.
As informações indicam ainda que, ao todo, foram denunciados 89
criminosos, acusados de promover, constituir, financiar ou integrar
organização criminosa; e também por subtrair, para si ou para outrem,
mediante fraude, coisa alheia móvel, de acordo com o Artigo 155 do
Código Penal.
Notícias ao Minuto
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