Congresso Nacional cria comissão para investigar operações entre a JBS e o BNDES
Uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPMI) destinada a investigar
supostas irregularidades envolvendo as empresas JBS e J&F em
operações realizadas com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social (BNDES) e o BNDES-PAR foi criada hoje (30), durante sessão do
Congresso Nacional. De acordo com o requerimento, caberá à CPMI
investigar as operações ocorridas entre os anos de 2007 e 2016, que
“geraram prejuízos ao interesse público”.
A comissão será composta de 16 deputados e 16 senadores titulares e
igual número de suplentes. Ela terá 120 dias para proceder às
investigações. Caberá também à CPMI investigar os procedimentos do
acordo de colaboração premiada celebrado entre o Ministério Público
Federal (MPF) e os acionistas das empresas, em especial o do empresário
Joesley Batista.
O requerimento para criação e instalação da CPMI, de autoria do
senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO), lembra que o grupo JBS vem sendo
alvo de várias ações da Polícia Federal (PF) e da Justiça e que também é
um dos maiores beneficiados de empréstimos do BNDES. “Operações da
Polícia Federal ocorridas a partir de 2016 têm revelado que parte desse
crescimento da empresa se derivou de fraudes e irregularidades em
aportes concedidos pelo BNDES à JBS”, diz trecho do requerimento para
criação da CPMI. “O crescimento vertiginoso da empresa ocorreu,
principalmente, a partir de 2007, com o apoio do BNDES”, acrescentou o
autor do requerimento da CPMI.
Para ser instalada e começar a funcionar, os líderes partidários da
Câmara e do Senado deverão fazer as indicações dos parlamentares que
irão integrar o colegiado. Em seguida, a comissão será instalada,
elegerá o seu presidente e indicará o relator dos trabalhos.
Além da CPMI criada hoje, já existe no Senado uma outra Comissão
Parlamentar de Inquérito (CPI) instalada no dia 2 de agosto para
investigar contratos do BNDES com empresas brasileiras, visando sua
internacionalização. A previsão é que os trabalhos durem 180 dias.
Agência Brasil
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