Corpo mutilado encontrado no mar da Dinamarca é da jornalista sueca desaparecida
(Foto: PETER THOMPSON / AFP) |
Este torso de mulher, cujos braços, pernas e cabeça foram
“deliberadamente seccionados”, segundo a necropsia, foi encontrado na
segunda-feira por uma pessoa que estava na baía de Køge”, 50 quilômetros
ao sul de Copenhague.
O inventor dinamarquês Peter Madsen, de 46 anos, é suspeito de
“homicídio culposo por negligência”, mas o comandante da Polícia
Criminal em Copenhague, Jens Møller Jensen, não descartou a
possibilidade de modificar a acusação.
A identificação do corpo decapitado foi realizada com base em uma
amostra de DNA extraída do tronco mutilado e de uma escova de dentes e
de um pente que pertenciam à jornalista, disse Møller Jensen em uma
entrevista coletiva.
A polícia também encontrou sangue de Kim Wall no submarino.
O torso havia sido atado a uma peça de metal para permanecer no fundo
do mar. As “feridas” levam a pensar que alguém tentou “garantir que o
ar e o gás saíssem do corpo para que não subisse à superfície”, afirmou o
policial.
Há vários dias os investigadores realizam buscas na região, com
helicópteros, barcos e uma equipe de mergulhadores. As operações
prosseguem para tentar encontrar outras partes do corpo.
– Dor e raiva –
Kim Wall, uma jornalista freelancer de 30 anos que trabalhava entre
Nova York e a China, embarcou em 10 de agosto no submarino “Nautilus”,
ao lado do próprio inventor Peter Madsen, para fazer uma reportagem.
Seu namorado denunciou o desaparecimento em 11 de agosto. No mesmo
dia, Madsen, de 46 anos, foi resgatado pelas autoridades dinamarquesas
em Öresund, entre a costa da Dinamarca e da Suécia, antes do naufrágio
do submarino.
A polícia acredita que o inventor provocou o naufrágio do “Nautilus”
de modo deliberado. A embarcação foi erguida à superfície e examinada
pela perícia.
Em um primeiro momento, Madsen afirmou que a jornalista havia
desembarcado na ilha de Refshaleoen, em Copenhague, na noite de 10 de
agosto.
Depois de ser detido, ele mudou sua versão e afirmou que Wall havia
falecido em um “acidente” e que ele jogou o corpo no mar, na baía de
Køge.
Para a advogada de Madsen, a identificação do corpo de Kim Wall não
muda a tese da defesa, ainda mais levando-se em consideração que a
necropsia não permitiu esclarecer as causas da morte.
“Meu cliente e eu estamos satisfeitos por, finalmente, ter sido
estabelecido que (o torso) de Kim Wall foi o encontrado”, declarou
Betina Hald Engmark, citada pela Dansk Radio.
Após o anúncio das autoridades dinamarquesas, a mãe da jornalista
expressou em sua página do Facebook sua “dor e raiva infinita”.
O “UC3 Nautilus” era o maior submarino de fabricação caseira do mundo
no momento de sua construção em 2008 por Peter Madsen, com a ajuda de
um grupo de voluntários.
Estado de Minas
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