Extinção de comarcas da Justiça Estadual afeta população das cidades atingidas
A Associação dos Técnicos, Auxiliares e Analistas do
Poder Judiciário da Paraíba (Astaj-PB) afirma que possível desativação
de comarcas da Justiça Estadual, pela atual direção do Tribunal de
Justiça do Estado (TJ/PB), trará sérios prejuízos as populações das
cidades atingidas.
“Com a desativação, os processos judiciais existentes nas comarcas
atingidas com a medida serão transferidos para outras localidades. Com
isso, as populações, que antes tinham unidade judiciais funcionando em
suas cidades, terão que se deslocar por dezenas ou mesmo centenas de
quilômetros (ida e vinda) com objetivo de participarem dos atos que
envolvem a tramitação de seus processos, gerando, dentre outros
prejuízos, a elevação de seus gastos com transporte”, afirmou o
presidente das Astaj, José Ivonaldo.
Para José Ivonaldo, a alegação de que a desinstalação de comarcas
importará em substancial diminuição das despesas correntes do Tribunal
de Justiça é frágil e insuficiente, principalmente, quando comparada ao
gigantesco prejuízo socioeconômico que a medida trará as populações das
cidades atingidas, principalmente as mais carentes.
A proposta de desativação de comarcas parte da presidência do
Tribunal de Justiça da Paraíba, e pode atingir mais de vinte unidades.
De acordo com o estudo, interno ao TJPB, intitulado “Reestruturação de
Unidades Judiciárias do 1º Grau”, em um de seus possíveis cenários,
aponta que as comarcas das cidades de Água Branca, Araçagi, Arara, Barra
de Santa Rosa, Bonito de Santa Fé, Brejo do Cruz, Caaporã, Cabaceiras,
Cacimba de Dentro, Caiçara, Coremas, Cruz do Espírito Santo, Lucena,
Malta, Mari, Paulista, Pilões, Prata, Santana dos Garrotes, São Mamede,
Serra Branca, Serraria, Sumé e Uiraúna, poderão ser desativadas”.
Informou Ivonaldo.
Para José Ivonaldo, a medida deverá ser apresentada nas próximas
semanas sob a forma de Resolução Interna do TJ/PB, e discutida apenas
entre o fechado círculo dos 19 desembargadores que compõe o tribunal de
justiça.
Segundo ele, compete à sociedade paraibana, através de suas
representações políticas e sociais, entre elas, a manifestar-se contra a
medida. É importante que a Assembleia Legislativa, as prefeituras
municipais e as câmaras municipais, entre outras importantes
instituições, mobilizem-se para evitar a diminuição do papel da Justiça
nas cidades paraibanas.
Ainda de acordo com Ivolnado, o acesso à justiça está consagrado no
artigo 5º, XXXV da Constituição Federal e deve ser facilitado e
ampliado, não havendo, portanto, razões para torná-lo mais difícil ou de
menor abrangência.
MaisPB
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