Ministério Público do Rio de Janeiro diz ter encontrado excesso de antidepressivos em cela de Cabral
O Ministério Público do Estado do Rio
(MPRJ) informou ter encontrado quantidade excessiva de medicamentos
antidepressivos na cela de Sérgio Cabral, ex-governador do Rio, durante
fiscalização surpresa na Cadeia Pública José Frederico Marques (antigo
BEP), em Benfica, zona norte do Rio. A vistoria, por meio da 11ª
Promotoria de Investigação Penal, foi feita na última segunda-feira, 19.
O MPRJ informou que Cabral mantinha em
sua cela duas caixas com quase 30 comprimidos de antidepressivos
(medicação controlada, de tarja preta) e outras dezenas de comprimidos
não identificados. Aos fiscalizadores, o ex-governador teria informado
que seu receituário prevê apenas dois comprimidos diários de
antidepressivo e que os comprimidos não identificados seriam vitaminas.
Segundo o MPRJ, o diretor da unidade,
Fabio Ferraz Sodré, teria justificado que os presos recebem remédios
para um período mais longo com objetivo de não sobrecarregar o serviço
da enfermaria com a entrega diária de comprimidos. Ele não especificou,
porém, o número de comprimidos entregues.
O diretor foi advertido, durante a
fiscalização, sobre a quantidade excessiva à disposição dos internos,
que poderiam ministrar acidental ou intencionalmente alta dose, levando à
internação ou até a morte, além da possibilidade de tráfico desses
comprimidos, que podem ser usados como “moeda de troca” entre presos.
O promotor de Justiça Suavei Lai, autor
da fiscalização, enviou na última quinta-feira, 22, um ofício com as
informações para o juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do
Rio, responsável pelo processo. Os mesmos fatos foram comunicados para a
Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) para adoção
das medidas consideradas cabíveis.
A fiscalização do MPRJ também
identificou que outros dois presos, em outras celas, também mantinham
dezenas de comprimidos de medicação controlada. Os nomes não foram
informados. A Promotoria declarou ainda que a enfermaria do presídio
funciona de forma precária e provisória em uma sala, até que termine a
reforma do espaço definitivo.
Durante a fiscalização, foram
identificados, ainda, detentos sem nível superior em celas da galeria 1,
reservada para presos com nível superior completo. Após negar a
presença desses presos, o diretor da unidade informou que estes não
possuem formação superior completa e que estavam na ala por uma
determinação judicial. A informação está sendo averiguado pelo MPRJ.
O peemedebista, alvo da Operação
Calicute, está preso desde novembro. Ele foi transferido de Bangu 8 para
o antigo BEP no mês passado, após uma reforma no local. Cabral é
acusado de chefiar uma organização criminosa que desvia recursos
públicos. Esta foi a segunda vistoria realizada na unidade em um mês,
segundo o MPRJ.
FONTE: istoe.com.br
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