Ex-prefeito diz ter áudio de advogados que juram comprar decisões no gabinete de Lewandowski
Acir Filló, do PSDB, era prefeito
de Ferraz de Vasconcelos, em São Paulo, mas findou afastado do
cargo. Sem ainda citar nomes, ele denunciou ao Conselho Nacional de
Justiça e à Polícia Federal que fora procurado por advogados que lhe
prometiam, mediante pagamento milionário, decisões favoráveis da parte
de técnicos que trabalhariam com Ricardo Lewandowski, então presidente
do STF. O denunciante prometeu entregar à PF os nomes dos
envolvidos, além de gravações telefônicas e registros do Whatsapp.
Na denúncia, Filló fez questão de
ressaltar que a participação de Lewandowski no suposto esquema jamais
fora mencionada, como se fosse algo negociado sem o conhecimento ou
consentimento deste. Mas deixou no ar que a decisão contrária aos
interesses do tucano, algo que contrariou o procedimento comum do STF,
veio depois de o prefeito afastado se negar a desembolsar entre R$ 1,8
milhão e R$ 2 milhões.
Um artigo antigo da revista Piauí já
destacou que, dentro da Suprema Corte, o grosso do trabalho é feito
pelos técnicos da casa, cabendo aos ministros apenas assinarem grande
parte das decisões. Pela denúncia de Filló, fica a suspeita de que
alguém se aproveita da correria dos magistrados para fazer fortuna
vendendo decisões.
É uma acusação grave que exige ao menos uma apuração aprofundada. Mas Lewandowski preferiu voltar-se primeiro contra o denunciante: “medidas
judiciais cabíveis serão adotadas para evitar e reparar esta prática
caluniosa, que atinge servidores do Supremo Tribunal Federal“.
Cármen Lúcia, atual presidente do STF, disse que preferia esperar a Corregedoria Nacional de Justiça se pronunciar.
Jornal do País
Nenhum comentário:
Postar um comentário